Futuro limpo está no ar

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Técnica da Shell permite valor mais baixo para produção de hidrogênio

Shell cria tecnologia que retira dióxido de carbono do ambiente para criar hidrogênio
Diego Ortiz
Junto da automação dos carros, motivada pela segurança viária, os estudos sobre novos combustíveis dominam os centros de pesquisas de montadoras e empresas de energia. O desafio é criar uma fonte renovável que possa ser utilizada em larga escala no mundo, a fim de diminuir as emissões de poluentes. Para o cientista chefe da Shell, Wolfgang Warnecke, a resposta está no ar. A empresa trabalha em uma tecnologia que retira o dióxido de carbono do ar e o incorpora à molécula de hidrogênio proveniente do refinamento do diesel para produzir hidrocarbonetos usados como combustível. Além de limpar a atmosfera de gases que aumentam o efeito estufa, essa técnica permite um valor relativamente baixo de produção. Nos testes preliminares, o custo deste novo combustível ficou em cerca de US$ 3 (aproximadamente R$ 10,5) por litro, o que poderia ser reduzido em até 70% se fosse feito em larga escala. A Shell ainda não realizou testes para produção em massa do combustível, mas, de acordo com o cientista, como são usados processos abundantes no mundo e uma captação relativamente simples, ao fim dos estudos esse será o menor dos problemas. Sobre os motores elétricos como alternativa para a redução das emissões por carros, Warnecke afirmou que isso depende de como a energia é feita. Para ele, se um país como a França investe em elétricos, a balança é positiva, pois lá se usa como base a energia nucelar, que não polui o ar. Porém, se a mesma decisão for tomada pela China, o mun do teria um problema, pois praticamente toda energia consumida no país asiático é termoelétrica, vinda de usinas que usam carvão – nocivo para as vias aéreas da população. O alto custo e baixa autonomia das baterias elétricas também são apontados como um entraves pelo cientista. Porém, novas experiências como a Gigafactory, que entra em operação este ano para ser a maior fábrica de baterias do mundo, são apontadas como solução. Isso porque a empresa se propõe a otimizar processos produtivos do componente para reduzir custos. Segundo o cientista da Shell, outra vantagem do hidrogênio é poder mover carros elétricos, como já ocorre com Toyota Mirai e Honda FCX. Há dois anos, um estudo da empresa concluiu que carros a combustão interna só estarão no mercado até 2070. No entanto, a Shell acredita que, durante a transição para o hidrogênio, o uso de gás natural e eletricidade irão crescer, mas, ao menos até 2035, a maioria dos carros ainda vai usar combustíveis à base de petróleo.
US$ 3 – (cerca de R$ 10,5) é o custo do litro do hidrogênio feito a partir de dióxido de carbono do ar. Com fabricação em massa, esse número pode ser reduzido em até 70%
Fonte: O Estado de São Paulo – Impresso – Flip
 

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