Motoristas acreditam que não terão mais carro próprio daqui a 20 anos

Um estudo sobre carros divulgado nesta quinta-feira (17) aponta que 35% dos motoristas acreditam que, daqui a 20 anos, não terão mais um veículo próprio. Para eles, vão predominar serviços como o compartilhamento de veículos, que já existe em baixa escala em alguns países.
Esses consumidores participaram da pesquisa anual da Telefónica sobre o mercado para carros conectados, que entrevistou 5 mil adultos no Brasil, na Alemanha, na Espanha, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
O levantamento destaca que o volume de carros vendidos continua crescendo nos países em desenvolvimento, mas está diminuindo nos EUA e na Europa, com os jovens recorrendo a alternativas como bicicletas e motos.
Brasileiro troca de carro mais rápido
Outro dado citado é que a ciclo de vida do veículo, ou seja, o tempo que o motorista fica com o mesmo carro, antes de comprar um novo, varia bastante de mercado para mercado. No Reino Unido e nos Estados Unidos são 3 anos. Na Alemanha, 2,8. Na Espanha, 2,3. O Brasil tem o ciclo mais curto entre os países pesquisados: 1,7 ano.
Essa variação pode ser uma barreira para a popularização da conectividade a bordo, conclui o estudo. Já a migração de usuários para o compartilhamento de veículos é vista de forma positiva. Práticas como o aluguel de carros próprios, feito nos períodos em que os donos não estão usando os veículos, podem ser facilitadas por meio de aplicativos.
Para Pavan Mathew, diretor global de carro conectado da Telefónica, o compartilhamento será uma realidade no Brasil em breve. “Especificamente no Brasil, acredito que entre 2 e 2 anos e meio [o compartilhamento será uma realidade]. Eu, por exemplo, enquanto estiver em São Paulo, deixarei meu carro na garagem por uma semana, e posso oferecê-lo para compartilhamento.”
90% dos carros serão conectados
Segundo o estudo, o percentual de carros com sistemas de conectividade deverá passar dos atuais 10% para 90% em 2020.
Mathew entende que esse tipo de serviço já não se restringe a carros de luxo. “Isso já tem acontecido com carros mais básicos nos Estados Unidos, onde os jovens que buscam o primeiro carro têm como principal demanda um modelo conectado”. afirma. “Já é possível encontrar esses recursos em carros que custam de US$ 13 mil a US$ 14 mil.”
“Se as empresas se focassem somente em carros conectados para o segmento de alto padrão não faria sentido oferecer o serviço, porque você precisa de escala para compensar a infraestrutura necessária”, completa o executivo.
Entre os motoristas ouvidos na pesquisa, 71% se dizem interessados nesses recursos; entre eles, 8% dizem que já usam sistemas de conectividade no carro. A maioria espera que, futuramente, os veículos tenham um nível de conectividade e de serviços similar ao dos smartphones.
Brasileiro quer mídias sociais
O acesso a mídias sociais no carro é interessante para 30% dos brasileiros entrevistados. No Reino Unido, esse percentual cai a 9%.
Serviços ligados a segurança são apontados como prioridade para 73% dos motoristas consultados nos 4 países.
Eles esperam que o smartphone, conectado ao carro, possa dar fazer um diagnóstico de qualquer problema envolvendo o veículo, por exemplo. Isso permitiria que eles tivessem certeza de que o mecânico está cobrando pelos serviços certos, diz a pesquisa.
Outros conteúdos de interesse são atualizações do trânsito em tempo real e dicas para reduzir custos de manutenção. O item apontado como número 1 a ser levado em consideração na compra do próximo carro, em todos os países consultados, foi a economia de combustível.
Como pagar pelo serviço
Motoristas divergiram ao responder sobre a forma como gostariam de pagar pelos serviços de conectividade. Nos EUA, na Alemanha e no Reino Unido, a maioria prefere que o carro já venha com um conteúdo básico e haja a opção de pagar mais por serviços adicionais. Os espanhóis dizem preferir pagar tudo de uma vez. Os brasileiros se dividem entre essas duas possibilidades.
Para a pesquisa, aplicativos de conteúdo visual não serão tão importantes quanto outros como Pandora, de rádio online, e Spotfy, de música, uma vez que, na maioria do tempo, o motorista roda sozinho com o carro.
Do G1.

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