Rota 2030: carro elétrico sem definição em nova política industrial

De Automotive Business

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Enquanto países com mercados consolidados estão buscando a eliminação de carros movidos a gasolina e diesel, assim como emergentes como China e Índia, o Brasil ainda não sabe o que vai fazer. Com o Rota 2030, nova política industrial para o setor automotivo com vigência para a próxima década, o país sequer planeja mudar a atual situação do carro elétrico no cenário nacional.

De acordo com Luiz Miguel Falcão – que é coordenador da secretaria de desenvolvimento e competitividade industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – em reportagem do site Automotive Business, não deve haver alteração nas regras atuais para este tipo de veículo.

Segundo Falcão, “vamos manter o desconto no Imposto de Importação para estes modelos e queremos estimular o desenvolvimento dos carros elétricos no Brasil, mas por enquanto não há medidas definidas para isso”. Ou seja, para o carro elétrico na nova política industrial, as coisas ainda não se alteraram. É uma definição a esse respeito, por exemplo, que a BMW espera para poder trazer a versão atualizada do elétrico i3, por exemplo, que ilustra essa matéria.

Estranhamente, entre as equipes que trabalham em cooperação entre Anfavea, Sindipeças e governo, para elaboração do Rota 2030,, há um grupo dedicado apenas aos carros elétricos e híbridos, que fazia parte de equipe que define as metas de eficiência energética do programa. Ela era a responsável também pelos veículos de emissão zero, mas o governo pediu para que o grupo fosse exclusivo, criando-se assim a sétima equipe técnica setor-governo para a nova política automotiva.

Então, embora o coordenador dos trabalhos no MDIC diga que não há definição para estímulo do carro elétrico, um grupo de trabalho desenha um formato para que o segmento tenha acesso aos benefícios da nova política. O problema, no entanto, parece ser os incentivos fiscais, pois sem eles o mercado de carros elétricos não terá impulso necessário para crescer no país. O governo já disse que não vai abrir mão de arrecadação, ainda mais quando precisa manter a dívida pública em R$ 159 bilhões.

Não incluir o carro elétrico na política industrial será um erro, visto que as exportações são neste momento a principal garantia de que o Brasil será competitivo no mercado internacional após sofrer punição por parte da OMC no caso do Inovar-Auto, ficando assim mal-visto diante de grandes potências comerciais do globo. Para Falcão, o Rota 2030 é uma extensão do Inovar-Auto, mas com os erros concertados e o acertos ampliados.

A ideia em Brasília é tornar o país um exportador de carros de qualidade para mercados consolidados, mas sem o carro elétrico no mesmo ambiente, o Brasil corre o risco de ficar para trás novamente. Ter apenas a tecnologia do motor flex como alternativa para o futuro não dará ao país as condições de fazer diferença lá fora, ainda mais que essa tecnologia já está fadada ao esquecimento nos principais players mundiais.

Para Luis Afonso Pasquotto, presidente da Cummins, “se 100% da frota nacional usasse etanol, nós superaríamos imediatamente a meta ambiental que a Europa tem apenas para 2030”. Mas, nem o combustível vegetal possui uma base sólida no país em termos políticos. Mesmo com a intenção velada do governo em incentivar o álcool, o Brasil não consegue definir o combustível como matriz alternativa para o futuro e, se assim o fizer um dia, não conseguirá convencer outros mercados a utiliza-la, pois se tornará algo exclusivo do país.

Fonte: Notícias Automotivas

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