Os oito golpes financeiros mais sofisticados do momento na internet

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A tecnologia proporciona ferramentas que se tornam perigosas na mão de criminosos, e a quantidade de golpes cresce a cada dia. Por isso, a prevenção é a melhor solução, segundo especialistas da área.
Sonia Amaro, advogada e representante da Associação de Consumidores Proteste, lembra que os consumidores precisam ficar atentos:
— É preciso desconfiar quando o cliente é procurado por telefone, e-mail, mensagem e até WhatsApp. Por via das dúvidas, ao menor sinal de que o funcionário não é realmente da empresa que ele se apresenta, o consumidor deve desligar ou não clicar em casa, para entrar em contato realmente com a empresa.
A delegada Daniela Terra, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), lembra que as vítimas precisam registrar queixas nas delegacias:
— Assim, a polícia pode abrir uma investigação e prender os criminosos.
Hacker pede para cliente desbloquear aplicativo
Uma professora de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, foi vítima de criminosos que se passavam por funcionários do serviço de atendimento do Banco do Brasil. O motivo da ligação é que os bandidos queriam que a cliente, sem perceber, desbloqueasse o acesso deles ao aplicativo da conta bancária dela.
Atenção: os bancos afirmam que não costumam enviar esses tipos de mensagem e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ressalta que os clientes jamais devem revelar a senha a terceiros e nunca informar dados pessoais e senhas em sites que não sejam os do banco. O mesmo cuidado deve ser adotado até mesmo no terminal de autoatendimento, para não desbloquear dispositivos que não sejam realmente seus.
Mensagem de texto supostamente de banco
A delegada Daniela Terra, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), afirma que esse é um crime muito comum envolvendo bancos “A vítima recebe um SMS como se fosse do banco pedindo a atualização de dados. Essa mensagem de texto é apenas uma isca, e, ao clicar no link ou seguir o passo a passo, o cliente acaba passando informações pessoais para os criminosos”.
Fique alerta: os bancos afirmam que não costumam enviar esses tipos de mensagem e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que é mais seguro deletar os e-mails e mensagens não solicitadas e que o cliente não tenha absoluta certeza que procedem de fonte confiável.
Vítima desbloqueia iphone para assaltantes
Segundo a delegada, há também casos que pessoas que tiveram iPhones roubados recebem mensagens que supostamente seriam da Apple. Na tentativa de localizar o aparelho roubado, a vítima acaba enviando informações para os criminosos, que conseguem desbloquear o smartphone para usá-lo ou revendê-lo.
Preste atenção: a Apple não envia esse tipo de mensagem para os usuários de iPhone. Segundo a Proteste, o ideal é não passar as informações confidenciais para desconhecidos nesta e em outras situações.
Falso emprego causa prejuízo
A delegada Daniela Terra alerta também para a oferta de empregos pelo Facebook. Muitas vezes, a pessoa se interessa por uma vaga, mas os supostos recrutadores pedem um depósito de um determinado valor para que a pessoa comece a trabalhar. Depois que conseguem o dinheiro por um depósito ou transferência bancária, somem com os valores, e a vítima descobre que não havia emprego algum.
O que fazer: pesquise se a vaga realmente existe e, em hipótese alguma, deposite valores na esperança de um emprego.
Falso empréstimo também é risco
Ainda segundo a delegada Daniela Terra, outro golpe comum é usado por criminosos: eles ligam ou postam no Facebook que a pessoa tem um determinado valor pré-aprovado para empréstimos pessoais, sem necessidade de comprovação de renda. No entanto, os bandidos pedem que o cliente faça um depósito de um determinado valor, usando a desculpa que o dinheiro serve para a liberação da documentação e do empréstimo. Depois, somem com a parcela que a pessoa depositou na esperança de conseguir crédito.
Fique atento: desconfie das facilidades oferecidas por desconhecidos e só pegue empréstimos em instituições financeiras conhecidas e, mesmo assim, cuidado com os juros. Segundo a Febraban, o consumidor deve desconfiar de mensagens recebidas de terceiros (sejam eles identificados como amigos ou não) propondo negociações de dívidas, desconto ou benefícios. Existem alguns tipos de ataques que podem interceptar e alterar mensagens enviadas por amigos ou conhecidos, tanto por e-mail quando pelas redes sociais.
Central telefônica desviada
O golpe acontece da seguinte maneira. Um criminoso telefona para a vítima e, para dar veracidade à história, diz que há um problema com a conta dela e pede retorno para a central telefônica do banco. Mas o telefone da pessoa já está nas mãos dos hackers, que interceptam a ligação e simulam o atendimento oficial do instituição. Durante a ligação, têm acesso a todos os dados, inclusive senhas, da vítima, e concretizam o golpe assim que a ligação é finalizada.
Dica: na dúvida, procure o telefone da central de telefone em contas ou documentos e ligue de outro telefone, no qual não recebeu a ligação suspeita. A Febraban orienta que os clientes que recebem ligações de pessoas que se dizem funcionários do banco jamais informem dados pessoais ou digitem a senha em uma central eletrônica.
Bandido “rouba” informações para ganhar smartphone
O caso aconteceu com uma família carioca que descobriu que três linhas de celulares haviam sido transferidas, por uma pessoa que se passou por titular da conta, para outra operadora. O motivo: o criminoso queria aproveitar uma promoção da empresa, que dava um smartphone para quem transferia três linhas da concorrência para a operadora. Ele resgatou o celular e desapareceu sem deixar rastros.
Recomendação: o Procon Estadual alerta que a transferência de operadora de um telefone celular é um tipo de operação que, para ser realizada, demanda a verificação da veracidade dos dados do consumidor. Se este tipo de operação é realizado sem o aval do titular, este pode se considerar lesado de acordo com o Código de Defesa do Consumidor e deve buscar a anulação do ato e o ressarcimento de perdas e danos, caso elas ocorram. Se o cliente tiver dificuldades para conseguir essa anulação com as empresas envolvidas, deverá procurar um órgão de defesa do consumidor para auxiliá-lo.
Falsos anúncios que viram dor de cabeça
Esse é antigo: pessoas que tentam comprar objetos em classificados online, em sites especializados e em grupos do Facebook, muitas vezes são enganadas. Depositam o valor combinado e nunca recebem o item em casa. O contrário também acontece, segundo a delegada Daniela Terra: “Há casos de pessoas que venderam, por exemplo, uma câmera fotográfica. O comprador não deposita o dinheiro, e a pessoa fica sem o produto e sem o valor”.
Orientação: segundo a delegada de polícia, assim como nos outros casos, o ideal é desconfiar sempre. Caso ainda assim resolva comprar ou vender, procure sites que garantem a transação financeira e reembolsam eventuais prejuízos. Se for marcar para comprar ou vender pessoalmente com um desconhecido, escolha locais públicos e movimentados.
Por Marcela Sorosini, do Jornal O Globo.

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