Uso de tecnologia pode reduzir custos de viagens corporativas em até 30%

Com orçamentos mais apertados, turistas de negócios encontram nas soluções inteligentes uma saída para continuar viajando. Ainda assim, a previsão é que o nicho encolha até 2,3% este ano

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São Paulo – Diante da queda no número de viagens de negócios, agências e clientes corporativos correm para elevar eficiência e reduzir custos. A adoção de novas tecnologias para facilitar reservas de passagens e hotéis e redução de pessoal são alternativas que podem diminuir em até 30% os gastos.
Aproveitando esse aumento de demanda, companhias de tecnologia da informação (TI) como Argo e HRS já projetam crescer dois dígitos. “Quanto mais instável o cenário, maior será nosso crescimento”, brinca o gestor de relacionamento da Argo Solutions, Danilo Gonçalves.
Segundo ele, a principal área da empresa é a Argo Viagens e Despesas, que levou a companhia a crescer 22% no ano passado. “As soluções podem ser usadas tanto em agências como em empresas-clientes, dependendo do porte, uma vez que a integração de sistema é mais cara”, diz. Para o diretor da HRS Alexandre Pereira de Oliveira, a tendência é que a demanda por ferramentas que utilizem big data, business intelligence e análise corporativa aumente ainda mais neste ano para combater os custos.
“Não posso revelar o número exato, mas crescemos mais de 50% no ano passado”, apontou Oliveira. Segundo o executivo, a crise tem potencializado o crescimento das empresas, uma vez que a ferramenta de reservas hoteleiras gera redução de custo de 30%. “Por um lado tem clientes com medo de mudanças, mas por outro, a busca por ferramentas de redução de custo aumentou ainda mais.”
Ele acredita que empresas de todos os portes ampliaram a busca pelo sistema. “Enquanto pequenas e médias estão usando muito o portal público, as grandes preferem integrar as soluções como um todo”, informou o executivo acrescentando que as viagens de negócio representam um gasto muito grande para companhias de maior porte e têm mais espaço para redução de custo. Entre os serviços ofertados pela HRS no mundo estão a negociação de tarifas hoteleiras, a emissão de relatório de uso e a integração dos meios de pagamento. O uso da solução é gratuita pelas empresas. “Nossa remuneração vem dos hotéis”, aponta.
O foco em 2015 é manter a alta e acelerar mais o número de clientes. Hoje são mais de 7 mil hotéis registrados no País.
Mercado
Questionado sobre o desempenho da hotelaria corporativa, o diretor da HRS, confirma que o Brasil tem prejudicado o desempenho geral da América Latina. “E a perspectiva é que este ano ainda será difícil”, ressalta Oliveira ao DCI.
“O setor deve ter crescimento nominal de 0,42%”, apontou o professor e doutor em economia do turismo, Hildemar Brasil. O resultado contabilizando a inflação deve cair 1,5% ou 2,3% caso o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) se mantenha em 35%.
No caso das agências de turismo, o professor afirma que as grandes devem conseguir performar melhor, uma vez que possuem um grande volume de contratos.
Ele lembra que a previsão foi calculada levando em consideração o preço do dólar entre R$ 4 e R$ 4,40. “Se aumentar mais não tem quem aguente”.
Segundo o presidente da Associação Latino-Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), Eduardo Murad Junior, a questão do IRRF ainda não está definida. “A discussão está em uma esfera onde não temos muito alcance”, complementa. De acordo com ele, as entidades e associações do setor ainda estão discutindo com o governo federal a possibilidade de reduzir a alíquota.
Panorama
No ano passado, as receitas com viagens corporativas somaram R$ 38,73 bilhões, queda de 3,6% ante o ano anterior, segundo o 11° Indicador Econômico de Viagens Corporativas (IEVC), realizado pela Alagev e o Senac, divulgado ontem (15) em São Paulo. “Acompanhou o mercado”, disse o professor Brasil.
Para ele, o País é um dos poucos que tiveram queda no setor de turismo em 2015 e principal agente que desacelerou o resultado da América Latina. Em 2014, o indicador tinha atingido alta de 9,2% ante o ano anterior.
A pesquisa foi realizada com mais de 450 empresas, agências de turismo, fornecedores e entidades do setor.
Apesar das viagens corporativas terem conseguido manter praticamente a mesma participação de mercado no setor de turismo, passando de 55,74% para 55,22%. As viagens do governo que também têm um viés corporativo foram de 3,23% em 2014 para 2,24% ao longo do ano passado.
Fonte: DCI
 

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