Carsharing e o futuro da mobilidade

Por Hélio Netto*

O futuro da mobilidade é hoje um dos grandes temas nos centros urbanos. Segundo o “Índice de Mobilidade Urbana 2019”, elaborado pela Deloitte, a mobilidade urbana desempenha um importante papel na prosperidade econômica de uma cidade, e a busca por soluções inovadoras é essencial para sanar os gargalos do setor. Não faltam alternativas: andamos de bicicleta, patinete, táxi, e recebemos, em casa, as compras da farmácia ou mesmo o saque do caixa eletrônico.  Ainda assim, cidades como São Paulo sobrevivem com excesso de carros e congestionamento a qualquer momento do dia. Qual seria a próxima fronteira?

Criado pelas Mobtechs – startups que desenvolvem soluções para a mobilidade com base no uso intenso da tecnologia –, o uso do carro como serviço prevê o compartilhamento de carros (carsharing – em inglês), com o objetivo de melhorar o transporte em grandes centros e diminuir o número de carros nas ruas. Segundo o estudo Shared Mobility, da Universidade da Califórnia, um carro compartilhado retira, em média, de nove a 13 automóveis das ruas.

Dados compilados pelo World Resources Institute (WRI), instituição global de pesquisa com atuação em mais de 50 países, mostra que mais de cinco milhões de pessoas já utilizam o sistema de compartilhamento de carros. Para a geração millenials, cada vez mais desapegada em relação à propriedade e principal público-alvo deste novo segmento, a tecnologia é fator preponderante no momento de decisão de compra. Por isso, ganharão destaque empresas que oferecerem serviço integrando os modais ao last mile, ou seja, ao momento de entrega do produto, de uma maneira rápida, digital e menos burocrática, garantindo segurança e praticidade na operação.

Felizmente, algumas empresas já estão colocando esse novo modelo de negócio nas ruas. Já é possível alugar um carro e assinar o contrato de pagamento de forma 100% digital, sem precisar sair de casa. Em algumas empresas, o serviço inclui, também, pacote de proteção, revisões, assistência 24 horas e o cliente ainda recebe o veículo na porta da sua casa. Em suma, a proposta é simplificar o aluguel de carros e possibilitar que uma parcela da sociedade tenha acesso pela primeira vez a esse tipo de serviço. Por exemplo, jovens que não sentem a necessidade em comprar um veículo.

Ainda existem algumas barreiras econômicas, sociais e governamentais para acelerar o progresso da mobilidade. Mas as Mobtechs estão buscando soluções, pensando no mercado pungente, reinventando o modo de locomoção, de transporte, oferecendo experiências melhores e diferenciadas aos usuários, e utilizando melhor a frota já disponível. E, mais importante, tornando a experiência totalmente digital. Segundo estudo realizado pela Liga Ventures, já são quase 200 Mobitechs em todo país. Nota-se, sim, uma grande prosperidade e possibilidade de atuação deste setor no país. E o que isso significa? A revolução no setor da mobilidade urbana nas grandes metrópoles.

Hélio Netto é CEO da Vai.car

Fonte: Canaltech

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