Aliança da Renault está mais perto de ser um único grupo

 

Renault, Nissan e Mitsubishi estão mais perto de se tornar uma única companhia que investirá em automóveis elétricos e sem condutores, apostando na tecnologia que vai definir o setor nas próximas décadas.

 

A aliança produzirá 12 carros elétricos puros, dobrará suas sinergias e lançará uma frota de táxis autônomos (sem motoristas) até 2022, projetando um crescimento das vendas de 33%, para 14 milhões de unidades por ano.

 

A estrutura de capital do grupo, no qual Renault e Nissan têm participações uma na outra, e a Nissan detém fatia da Mitsubishi, permanecerá inalterada. “Nossa filosofia é compartilhar, e não duplicar”, disse Carlos Ghosn, executivo-chefe e presidente do conselho de administração da aliança. O plano deverá reforçar o crescimento e a lucratividade das empresas da aliança.

 

“Queremos aumentar as sinergias, com três companhias autônomas cooperando com a eficiência de uma”, afirmou Ghosn. “A aliança cresceu e atuou com dois membros desde 1999. Com a Alliance 2022, vamos provar que podemos crescer e desempenhar com três companhias ou mais.”

 

O grupo é a maior montadora do mundo, tendo vendido mais de 5.260.000 unidades nos primeiros seis meses do ano. Ela espera vender 10,5 milhões de carros este ano, número que quer aumentar para 14 milhões até 2022. Até lá, a receita combinada das companhias deverá chegar a US$ 240 bilhões, número que no ano passado foi de US$ 180 bilhões.

 

A Renault e a Nissan uniram forças na aliança, formada em 1999, compartilhando as operações de compras e apoio administrativo e fabricando veículos concorrentes nas mesmas fábricas.

 

A Mitsubishi entrou para o grupo em 2016, depois que a Nissan assumiu participação de 34% na japonesa, e a Daimler também tem uma pequena participação. Ghosn disse estar aberto a novos membros, sejam eles fabricantes de automóveis ou grupos de tecnologia.

 

As montadoras já possuem parcerias em softwares com empresas como a Microsoft, Mobileye, Transdev da França e DeNA, que está testando ônibus que dispensam motorista na área rural do Japão.

 

“Nossa escala nos permite investir em todo o espectro de carros elétricos, autônomos, conectados e com tecnologia compartilhada”, afirmou Ghosn.

 

O grupo pretende e economizar € 10 bilhões por ano até 2022, em comparação aos € 5 bilhões do ano passado, mudando mais veículos para plataformas de fabricação compartilhadas e eliminando a duplicação nas compras e recursos humanos. Economias também serão obtidas com a integração da Mitsubishi e o compartilhamento de mais tecnologia.

 

No total, 9 milhões de veículos serão fabricados em quatro plataformas em todo mundo até 2022 e a expectativa é de que 70% dos veículos elétricos que o grupo vai vender virão de uma plataforma.

 

As companhias acreditam quer 30% as vendas da aliança serão representadas pelos carros elétricos ou híbridos até o fim do plano, graças ao aumento da procura pelo consumidor e uma queda esperada de 30% nos custos das baterias, que deverá reduzir os preços dos veículos.

 

As montadoras vão lançar 40 modelos com vários graus de tecnologia de direção sem motorista, “indo até a autonomia plena… sem nenhuma necessidade de intervenção humana”.

 

A aliança já possui os mais avançados sistemas de autodireção do mundo adaptados a automóveis não pertencentes à categoria luxo e alguns dos modelos mais recentes da Nissan já conseguem rodar por conta própria.

 

Ela também começará a operar serviços que incluem uma frota de táxis-robôs que dispensam motorista e um esquema de direção autônoma sob chuva.

 

Isso permitirá à aliança entrar em áreas de negócios criadas pela queda da posse de carros nas grandes cidades e a ascensão das viagens sob agendamento e o compartilhamento de carros iniciados por empresas como Didi e Uber.

 

A aliança vai equipar os novos veículos com atualizações de softwares “over-the-air”, o que permite receber novos programas que abrem novas funções ou serviços sem a necessidade de levar os veículos ao mecânico. (Valor Econômico/Peter Campbell e Peter Wells)

Fonte: Valor Econômico

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