Governo quer fortalecer fornecedores automotivos
Depois de impulsionar os investimentos das montadoras no Brasil, o programa Inovar-Auto, do governo federal, entra numa nova fase para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores locais. Um trabalho em conjunto da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi) e do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) busca identificar as peças e os componentes automotivos produzidos no País e o que poderá ser fabricado para atender uma indústria com padrões mais elevados de eficiência energética e de segurança. “Trabalhamos para o fortalecimento dessa cadeia, hoje fragilizada pela concorrência internacional”, diz Otávio Camargo, diretor da ABDI.
Segundo Camargo, um sistema de acompanhamento do que é produzido aqui pode ser colocado de pé ainda neste semestre. A partir dele será possível definir uma política de desenvolvimento da cadeia. “O uso de produtos nacionais é, no entanto, uma decisão estratégica de cada montadora”, esclarece.
A aposta é que a opção pela maior nacionalização dos veículos seja um diferencial competitivo para as companhias. Ao menos quatro empresas investem hoje em fábricas de motores no Brasil, um movimento incentivado pelo Inovar-Auto, que atrela benefícios fiscais à adoção de etapas fabris mínimas no País e gastos em pesquisa, engenharia e eficiência energética. “Trazer uma fábrica de motores é uma sinalização de que as montadoras acreditam no mercado brasileiro, e com ela chegam fornecedores importantes.”
A ABDI está envolvida também no lançamento do primeiro centro de testes de segurança automotiva do Brasil, em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O centro será construído nas dependências do Inmetro em Duque de Caxias (RJ) e será responsável por realizar os chamados “chash test” para verificação de níveis de segurança dos veículos produzidos no País, além de realizar exames de emissões de poluentes. A expectativa é que a construção comece em 2015 para entrega até 2018.
Por Samantha Maia, da Carta Capital.