Salário mínimo será de R$ 788 em 2015
O governo federal publicou ontem no DOU (Diário Oficial da União) o novo valor do salário mínimo brasileiro, de R$ 788. Isso significa que os trabalhadores que recebem o piso nacional terão reajuste de 8,8% em suas remunerações.
O novo valor entrará em vigor a partir de amanhã. Segundo o decreto 8.381, de 29 de dezembro, que regulamenta a lei 12.382, de valorização do salário mínimo, o valor diário do piso será de R$ 26,27. A quantia por hora será de R$ 3,58.
Hoje, o salário mínimo nacional é de R$ 724. Para chegar ao novo valor, o governo federal considera o crescimento percentual do PIB (Produto Interno Bruto) do ano retrasado à data referência, neste caso 2013. Soma-se ainda a variação da inflação do ano anterior, no caso 2014, por meio do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mensurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este indicador aponta a queda do poder de compra das famílias brasileiras com renda entre um e cinco salários mínimos.
O governo federal considerou que o PIB de 2013 cresceu 2,49%. Em relação à inflação de 2014, que será divulgava pelo IBGE na primeira quinzena de janeiro, o Executivo estimou alta de 6,2%.
PODER DE COMPRA
O coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, que também é professor de Economia, disse que a política do governo federal é de que o salário mínimo seja valorizado acima da inflação há anos. “Tem tido aumento real em todo esse tempo.”
No entanto, ele ponderou que não é possível dizer se realmente o acréscimo da variação do PIB do ano retrasado ao aumento médio dos preços é o suficiente para repor a perda de poder de compra das famílias menos abastadas. “Um exemplo disso são os aposentados, que pode sofrer mais com a inflação nos gastos com saúde.”
PREVIDÊNCIA
Pelas regras da Previdência Social, os segurados que recebem o piso previdenciário também terão o reajuste de 8,8%. Isso porque o mínimo pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é o mesmo que o salário mínimo.
Por outro lado, os aposentados e pensionistas que recebem valores superiores ao piso previdenciário terão correções vinculadas apenas ao INPC, que está estimado em 6,2%. Desta maneira, o teto pago pelo Ministério da Previdência Social é previsto para saltar de R$ 4.390,24 para R$ 4.662,43.
Por Pedro Souza, do Diário do Grande ABC.