Homicídios culposos no trânsito caem 15,7% no Paraná
Grande parte das maiores cidades do Paraná teve queda no índice, inclusive Curitiba. Londrina ficou nove meses de 2014 sem nenhuma morte culposa no trânsito
O número de homicídios culposos (quando não há intenção de matar) no trânsito do Paraná caiu 15,7% em 2014, comparado ao ano anterior. Enquanto em 2013 ocorreram 2.036 homicídios culposos, em 2014 foram 1.716. A tendência de queda é observada a partir de 2012, ano em que aconteceram 2.555 mortes desse tipo no trânsito paranaense. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) nesta sexta-feira (20).
A maioria das cidades com mais de 200 mil habitantes do estado apresentaram queda nos números de homicídios culposos. Em Curitiba, no ano passado foram 172 mortes – 19 a menos que em 2013. Em 2012, aconteceram 238 homicídios culposos na capital. Durante o ano de 2014, os meses de novembro (24) e maio (18) foram os que mais registraram homicídios culposos na cidade.
Londrina foi a cidade com a queda mais expressiva entre as maiores cidades – teve redução de 87% no número de mortes culposas no trânsito em 2014 ante 2013. Foram registrados 87 casos em 2013 e apenas 11 em 2014. Morreram oito em fevereiro, um em maio e dois em julho. Nos outros nove meses do ano, não ocorreram mortes culposas no trânsito do município.
Outras cidades que estão entre as maiores do Paraná também tiveram redução no número de mortes no trânsito. Maringá registrou 46 mortes em 2014, redução de 63%. Em Cascavel houve um total de 61 mortes, 31% a menos que no ano anterior. Foz do Iguaçu reduziu 20% e totalizou 56 casos. Já Guarapuava apresentou baixa de 62% e teve um total de 23 mortes.
Ponta Grossa, nos Campos Gerais foi uma das únicas cidades entre as maiores do estado com alta no número de homicídios culposos. O trânsito da cidade teve 99 mortes em 2014, ou seja 4,2% a mais que em 2013 quando tinham sido 95. Em 2012, a cidade tinha registrado 86 mortes.
Comportamento
Marcelo Araújo, presidente da Comissão de Trânsito, Transportes e Mobilidade da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), diz que há três fatores principais envolvidos nas estatísticas do trânsito: veículos, vias e fator humano. Nenhum deles pesa mais, segundo ele, do que o último.
“A melhor explicação encontrada é relacionada com a fiscalização e mudanças na lei que vão desembocar na fiscalização.” Ele cita como exemplo a criação e aplicação da Lei Seca, em 2012, que alterou a maneira como são multados e responsabilizados motoristas bêbados. “Isso sem dúvida nenhuma que chamou muito a atenção. E a mídia tem um papel decisivo nesse aspecto para gerar repercussão.”
Fonte: Gazeta do Povo