“Big Brother” das frotas, Cobli recebe aporte de US$ 35 mi do SoftBank
Visibilidade: essa é a primeira necessidade das empresas que buscam os serviços da startup brasileira Cobli. A companhia, fundada em 2017 pelos empreendedores Parker Treacy e Rodrigo Mourad, é um “Big Brother” para os clientes que precisam gerenciar frotas de caminhões, carros e ambulâncias pelas cidades do país. Com um dispositivo pequeno instalado nos veículos, a startup coleta dados e ajuda os gestores logísticos clientes a analisar informações sobre as rotas e a qualidade da direção dos motoristas. O preço? Uma mensalidade de pouco menos de R$ 100 por veículo monitorado.
O negócio, que já era promissor antes da pandemia, se tornou ainda mais necessário depois dela. Com as medidas de distanciamento social impulsionando o e-commerce e as alternativas de gestão remota de trabalho, a Cobli foi procurada como nunca. Ao longo de 2020, a empresa cresceu mais de 100% e tem hoje uma base de mais de 3.000 empresas clientes em 150 cidades do país.
O crescimento acelerado fez os fundadores adiantarem o plano de captar dinheiro para expandir a oferta de produtos. Nesta quarta-feira, 21, a startup anuncia ter concluído sua rodada de investimento série B, de US$ 35 milhões (R$ 175 milhões), liderada pelo SoftBank e com a participação da Qualcomm Ventures e dos antigos investidores NXTP Ventures, Fifth Wall e Valor Capital.
“A Cobli está ajudando a impulsionar a evolução do setor de transporte e logística na América Latina. Estamos animados em nos juntar e apoiar essa missão de trazer dados, insights e eficiência para as frotas em toda a região”, diz Matt Pieterse, investidor do SoftBank, em nota.
Já Michel Glezer, diretor da Qualcomm Ventures, destaca o potencial da tecnologia da empresa para aumentar a eficiência operacional e a visibilidade das frotas na região. “Estamos entusiasmados em investir na Cobli para acelerar a adoção de frotas conectadas, impulsionando ainda mais o crescimento dos setores automotivo e logístico.”
A última rodada da empresa havia sido em 2019, quando captou US$ 10 milhões. Em entrevista ao EXAME IN, Rodrigo Mourad, que preside a operação, disse que parte do capital da série A ainda está no caixa da empresa. A nova rodada aconteceu, segundo o fundador, não por necessidade, mas para alavancar uma nova estratégia de crescimento. No centro dela está o investimento em pessoas — o time, hoje com 200 funcionários, deve chegar até o final de 2022 à marca de 500. As áreas de tecnologia, produto, vendas e sucesso do cliente são as que mais devem crescer.
As contratações darão suporte a duas avenidas de crescimento da Cobli. A primeira é a expansão do produto atual, fornecendo mais dados e inteligência para os clientes. “Queremos tratar os dados, dar mais alertas e notificações, ajudando as empresas de maneira mais preditiva”, diz o cofundador.
Hoje, por exemplo, a startup usa sua inteligência artificial para relacionar como a qualidade da direção impacta no gasto de combustível, informando aos gestores quando detecta um comportamento potencialmente prejudicial. A ideia é conseguir trazer cada dia mais informações como essa para a plataforma.
Fonte: Exame