Coronavírus é soco no queixo de indústria automotiva que saía de crise

Há poucas semanas, durante reunião mensal para apresentar os resultados da indústria automotiva, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, acendeu a luz amarela com a possibilidade de desabastecimento das linhas de montagem.

A imprensa noticiou, mas é verdade que nem a mídia e, talvez, nem os líderes do setor, esperavam um efeito tão devastador e tão rápido dessa escalada da pandemia do coronavírus no Brasil.

As ações agora são para reduzir a dispersão do Covid-19 pelo País. Dessa maneira, além do fechamento do comércio – parte dele até agora – as empresas começam a reduzir as atividades de suas fábricas.

General Motors e Mercedes-Benz já anunciaram férias coletivas a todo o chão de fábrica – embora a primeira não as tenha relacionado ao coronavírus, mas a “ajustes de estoque”.

Para a Mercedes-Benz o motivo alegado foi a pandemia, assim como a Volkswagen, que oficialmente não confirma as férias mas que protocolou intenção no Ministério do Trabalho e avisou sindicatos e fornecedores.

Tudo leva a crer que a pandemia acertou um soco no queixo da indústria que ainda se recuperava de uma crise de proporções enormes nos últimos anos, resultado da própria situação econômica do País.

Segundo a Fenabrave até o fim da quinzena os resultados de vendas ainda não haviam sido influenciados pela situação, mas a tendência é, obviamente, de redução nos emplacamentos – afinal grande parte da população está em casa, sem sair.

A Fenabrave admitiu que revisará suas projeções de vendas para o ano. É inevitável que a Anfavea faça o mesmo. A crise, que poderia ser de abastecimento, tornou-se uma crise de demanda. A indústria nacional foi contaminada pela pandemia.

Não só aqui. A produção brasileira não será a única a sofrer: na Europa e nos Estados Unidos fábricas estão sendo fechadas para evitar a proliferação do vírus. Na Argentina, por enquanto, o ritmo segue normal – mas já podemos perguntar: até quando?

A indústria recupera. Marcos de Oliveira, presidente do Iochpe-Maxion, disse que a indústria automotiva tem capacidade de recuperar volumes não produzidos. Mas tem que haver demanda para isso.

Auditório vazio. Mais importante lançamento Chevrolet do ano o SUV Tracker foi apresentado a um auditório vazio. A poucos dias do evento a companhia precisou alterar a forma de divulgação e transmitiu tudo pela internet, via streaming.

Cancelados. Não foi a única a ter seus planos alterados: a Iveco cancelou um lançamento e a Fiat está estudando o adiamento da apresentação da nova Strada. Muito provavelmente para o segundo semestre.

Megatendências. A pedido da Anfavea a AutoData Editora adiou seu seminário Megatendências do Setor Automotivo: os Novos Desafios de 2020. A cautela sanitária exigida pelo momento impediu a presença dos presidentes palestrantes confirmados ao evento.

O topo. Objetivo da GM: tornar o Tracker o número 1 dos SUVs compactos. Pacote recheado de itens de segurança, entretenimento e conforto de série o credencia a alcançar os degraus mais altos do segmento.

Novo presidente. João Oliveira, da Volvo Cars, foi eleito em chapa única para presidir a Abeifa, associação que representa os importadores. Sucede a José Luiz Gandini, da Kia Motors.

Menos imposto. A principal plataforma de mandato do novo presidente da Abeifa é manter a luta para reduzir o imposto de importação de veículos dos atuais 35% para 20%, alíquota equivalente à TEC, Tarifa Externa Comum do Mercosul.

25 milhões. A Moto Honda da Amazônia alcançou a marca de 25 milhões de motocicletas produzidas em Manaus, AM. Nenhuma montadora brasileira tem números mais elevados.

FONTE: UOL Carros

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