Empresa holandesa começa a entregar carros voadores em 2020
Veículo pode voar até 500 km e rodar mais de 1,3 mil km e está autorizado para operar tanto em terra quanto no ar.
Depois dos protótipos das motos que voam, os carros não iriam ficar no chão. A empresa holandesa Pal-V apresentou durante a Feira de Hannover o Liberty Pioneer, modelo inicial de carro voador da companhia. O primeiro esboço foi mostrado no Salão de Genebra do ano passado.
Movido a gasolina e com autonomia de 1,3 mil km no chão e de 400 km a 500 km no ar, o veículo possui hélices que o transformam em uma espécie de helicóptero — tecnicamente, segundo a Pal-V trata-se de um girocóptero, já que conta com um motor propulsor traseiro para locomoção.
De acordo com Joris Wolters, porta-voz da Pal-V em Hannover, o carro voador está de acordo com as regulações existentes: no “modo” carro, está autorizado a operar como um triciclo, e enquanto está voando tem licença específica para helicópteros.
Apesar disso, a mudança, que leva cerca de 3 a 5 minutos para acontecer, está sujeita a regulações de países. Por exemplo, na Alemanha é preciso dirigir até um lugar específico, como um aeroporto antes de “transformar” o carro e decolar. “Em outros países, como a França, há um pouco mais de liberdade”, afirma Wolters.
O Liberty Pioneer pode levar 2 pessoas e até 20 kg de bagagem. O carro pesa 660 kg e custa mais barato que um helicóptero: cerca de 500 mil euros, enquanto que um helicóptero pode sair entre 1 e 2 milhões de euros.
O motor é movido a combustão e gasolina, com velocidade máxima de 160km/h em solo e 180 km/h no ar. No chão, o carro é capaz de rodar 7,7 km com 1 litro de gasolina, enquanto o consumo voando é de 26 litros de gasolina por hora.
O foco da empresa atualmente tem sido nas vendas para governos, polícias e empresas que trabalham com segurança e monitoramento — em fronteiras, por exemplo. Os primeiros modelos serão entregues no próximo ano, mas apenas para quem já fez o pedido.
Concorência com Uber?
Questionado sobre a concorrência com empresas como Uber, que desenvolve uma espécie de carro voador em cooperação com grandes nomes das indústrias automotiva e aérea, como Boeing e Toyota, Wolters afirma que isso não é uma preocupação.
“O Uber não faz o mesmo produtos que fazemos. Eles estão trabalhando em um helicóptero elétrico que funcionaria num sistema de plataformas dentro de uma mesma cidade, enquanto nós estamos pensando numa solução de mobilidade que pode andar na rua e no ar”, afirma.
Para ele, a solução criada pela Pal-V é mais ampla, pois permite que o motorista saia da cidade, possa estacionar numa garagem ou mesmo na rua.
Wolters não confirmou o número exato de pedidos, mas afirmou que já estão chegando próximo de 100.