CEO da Mobility aborda tendências e reflexões para o futuro do Turismo

CEO e fundador da Mobility, Oskar Kedor fala sobre o Skift Global Forum, evento anual que reúne os membros da plataforma Skift. No texto, o executivo comenta os vários insights que surgiram desse encontro.

Confira abaixo o artigo na íntegra:

Por Oskar Kedor, CEO e fundador da Mobility S/A

Desde 2012, a plataforma Skift vem pensando no futuro dos setores de Turismo, gastronomia e bem-estar unindo membros em todo mundo em conversas dinâmicas e inovadoras. O encontro anual dos membros da plataforma, o Skift Global Forum, realizado em Nova York, virou um dos pontos altos do calendário do setor. Todos – geralmente pouco mais de uma centena de participantes – saem energizados e cheios de planos.

Como tudo em 2020, o Skift Global Forum também precisou mudar. E, como quase tudo no Skift, a mudança também representou inovação. Com o encontro acontecendo remotamente, na terceira semana de setembro, mais gente pôde participar, chegando a 1,6 mil participantes. A troca de ideias se multiplicou – algo crucial no momento em que o setor busca saídas rentáveis no meio de uma pandemia global. Executivos, cientistas, analistas e empresários falaram de seus problemas e suas perspectivas para os próximos anos.

Como CEO da Mobility, pioneira no Brasil em inovação no segmento de locação de carros no Brasil e no Exterior, fui ativo participante do Skift e apresento, abaixo, alguns dos destaques do encontro de 2020 e algumas reflexões sobre o futuro do Turismo pós-pandemia.

 

Filip Calixto

Oskar Kedor

Oskar Kedor

VACINA
A vacina contra o coronavírus não será a solução imediata dos problemas trazidos pela pandemia. Há um longo caminho de recuperação tanto dos sistemas de saúde como econômicos. A cientista e escritora Laurie Garrett, entrevistada pelo CEO do Skift, Rafat Ali, durante o evento, foi bem direta: o melhor cenário seria “uma vacina com mais de 90% de eficácia, segura, que poderia ser tomada em uma única dose e administrada a sete bilhões de pessoas em todo o mundo com relativa facilidade. Nós não temos isso.” A melhor solução – e acessível a todos – é usar máscaras.

NÍVEIS DE 2019
As previsões sobre uma volta do movimento no setor de Turismo tal como era antes da pandemia ainda são muito prematuras. Operadoras que trabalham com vendas internacionais estimam que somente em 2024 ou 2025 os números podem chegar ao nível do que foram em 2019;

CORPORATIVO

Viagens de negócios que puderam ser substituídas por reuniões on-line (pelo Zoom e outras plataformas) não devem voltar tão cedo – ou não voltar de todo. Já as essenciais para as empresas, que geram alto ROI (retorno sobre investimento) serão as primeiras a voltar;

HOTEL/OFFICE
Os hotéis estão se adaptando para oferecer suítes híbridas, que podem ser convertidas em escritórios, para parcerias com empresas que estão diversificando espaços de trabalho entre home office, escritório, coworking e estações. As salas de eventos também estão sendo adaptadas e embutindo mais tecnologia para oferecer eventos híbridos;

FUSÕES
“Teremos mais parcerias locais e fusões e aquisições por causa da fragilidade de muitas operadoras locais e regionais, para os quais alguns de nós podem abrir os braços”, disse o CEO global do grupo Accor, Sébastien Bazin. “Isso pode acontecer de forma mais rápida por causa da economia de hoje.”

DIGITAL

A digitalização está acontecendo mais rapidamente do que se previa. Mais QR codes no check-in e check-out, maior uso de mensagens por SMS ou outros meios para oferecer soluções individuais, mas com distância física (como no serviço de concierges);

NA ESTRADA
As viagens de carro vão se recuperar mais rapidamente da crise que outros setores dentro do Turismo, impulsionadas pelas fronteiras fechadas entre países (e o estímulo ao turismo local) e o staycation (mistura de férias com trabalho em um imóvel de lazer);

SEM FORÇAR A BARRA
“Acho que se a indústria de cruzeiros continuar tentando forçar a barra e encontrar uma razão para voltar a navegar nesta pandemia, ela estará prestando um péssimo serviço ao mundo inteiro”, disse a cientista Laurie Garrett em uma entrevista com o CEO do Skift, Rafat Ali. “Por mais doloroso que seja para o setor, não parece seguro colocar as pessoas em uma unidade de contenção móvel, especialmente se elas estiverem indo a lugares onde é desconfortável deixar as janelas abertas.”

VOOS INTERNACIONAIS

Mesmo com fronteiras reabertas, o volume de assentos ocupados nos voos ficará entre de 40% a 50% do que era pré-pandemia pelos próximos três anos. O CEO da United, Scott Kirby, diz que a companhia projeta 45% do movimento pelos próximos 15 meses. A companhia aérea reforçou rotas famosas por viagens de famílias e vê os corredores de viagem entre países como uma solução futura interessante, mas ainda incompleta. “Esperamos que a demanda volte ao ponto em que estávamos antes. Já as viagens de negócios: elas vão voltar? Algumas dessas perguntas ainda precisam ser respondidas”.

FIDELIZAÇÃO

Programas de fidelidade de aéreas e hotéis precisam alterar seu modelo, oferecendo mais experiências e com resgates mais frequentes

MENOS EMPRESAS

O mercado vai encolher, mas com empresas mais fortes – aquelas que têm propósito e acompanham as mudanças têm mais chance de sobreviver.

Fonte: https://www.panrotas.com.br/mercado/opiniao/2020/09/ceo-da-mobility-aborda-tendencias-e-reflexoes-para-o-futuro-do-turismo_176910.html

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