O preço da moda
Desde 2006, quando as marcas do segmento premium começaram a utilizar a pintura branca nos salões de automóveis europeus, a cor deixou para trás o estigma de frotista e ganhou o respeito nas ruas. De olho nessa popularização, algumas montadores vêm cobrando um valor maior pelo branco, mesmo que a sua pigmentação seja igual às outras.
Na rede da Chevrolet, o preço da cor sólida Branco Summit pode variar de acordo com o modelo pesquisado. No caso do Onix, por exemplo, a pintura é cobrada a R$ 260, enquanto as demais cores sólidas possuem custo zero. Já na Peugeot, a coloração sólida Branco Branquise, disponível para os modelos 207, 208, 308 e 408, tem valor fixado em R$ 590. Segundo um vendedor de uma autorizada paulista, a tonalidade é considerada especial “por ter sido incluída nas opções de cores da marca há poucos anos”.
Na visão do gerente do laboratório de desenvolvimento de cores de tintas automotivas da Basf, André Oliva de Palma, a procura pelo tom pode estar associada a sua relevância no dia a dia: “O branco promove uma sensação de leveza e está diretamente ligado à evolução tecnológica, como pode ser visto em smartphones e tablets. Os carros brancos não são um fator isolado, estão inseridos nesse contexto”,diz de Palma.
Comparado a cinza, prata e preto, o branco traz uma vantagem indiscutível: é a que menos desvaloriza, com 5,07%, contra 5,30%, 5,52% e 5,65% respectivamente, segundo levantamento do site WebMotors de abril de 2013 a abril de 2014. Já o amarelo é a cor que mais desvalorizou, 11,09%. Outro indicador: nos anúncios de carros novos no site, quase 35% são brancos. Em 2009, eram só 7,5%. Embora o branco esteja na moda, em muitos casos, o aumento dos preços acaba sendo mais uma estratégia de vendas. Consultada, a Peugeot explicou que o preço mais elevado da pintura branca ocorre por causa de “um pequeno desequilíbrio em relação às demais cores, que acaba por exigir uma estrutura diferenciada na linha de montagem”. Já a GM não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Por Filipe Sbarra, da Revista Quatro Rodas