Futuro será o compartilhamento
A inovação tecnológica, aliada à mudança no comportamento dos consumidores, levará ao surgimento de novas fontes de receita para o setor automotivo nos próximos 15 anos. Estudo da McKinsey & Company mostra que as categorias de empresa que surgirão para suprir demandas em áreas praticamente inexistentes movimentarão US$ 1,5 trilhão até 2030 – o que elevará os ganhos de toda a cadeia automotiva em 30%. O uso compartilhado de veículos sustentará o crescimento da indústria, a uma taxa de 2% até 2030, mais do que compensando as quedas esperadas nas vendas de automóveis. O trabalho mostra que, até lá, um em cada 10 carros comercializados serão para compartilhamento, e 15% deles terão condução autônoma. Uma pesquisa da Ford, na Europa, sobre atitudes dos consumidores em relação ao compartilhamento de carros e outros bens e serviços, se alinha a essa previsão. Em uma amostra de 10.016 pessoas entrevistadas na França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, 55% compartilhariam o seu carro por dinheiro. A maioria também se disporia a dirigir para outros (78%) ou transportar pacotes (78%). Além disso, 76% recorreriam à carona compartilhada, 73% a um serviço de vaga de estacionamento, e 72% usariam automóveis compartilhados. Além da mobilidade compartilhada, a eletrificação, a conectividade, os serviços via aplicativos e o upgrade de sistemas originais dos veículos se tornarão fontes de receita em potencial para empresas que já integram a cadeia automotiva e novas entrantes. O desafio será obter sucesso em um ambiente competitivo muito mais pulverizado. Companhias que encarem a mobilidade como serviço ampliarão a indústria voltada ao transporte individual e forçarão mudanças em um setor há muito estagnado em termos de expansão. Nos últimos 15 anos, apenas duas novas fabricantes de carro entraram na lista das 15 maiores do mundo, enquanto, no mesmo período, 10 operadores de serviços eletrônicos chegaram ao topo de seu mercado. As tradicionais montadoras serão obrigadas a dividir receitas, disputando espaço até com gigantes de tecnologia. O cenário, embora difícil, trará benefícios: o crescimento da receita com mobilidade individual deverá acelerar a partir de 2030.
Conectividade em alta
Dispositivos de conectividade estão presentes em praticamente todas as categorias de veículos à venda no Webmotors, em uma rápida evolução do mercado brasileiro. Há cinco anos, tecnologias como GPS, centrais multimídia ou computador de bordo eram restritas aos automóveis mais caros. Atualmente, dados estatísticos do portal indicam que os sistemas de conectividade deixaram de ser exclusividade dos modelos de luxo: houve aumento de 526% de carros à venda com tais recursos.
Presidência da Anef
A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) elegeu seu novo presidente, que representará os bancos ligados às fabricantes de veículos a partir deste mês, no triênio 2016-2019. O cargo será ocupado pelo CEO da Fiat Chrysler Finanças, Gilson de Oliveira Carvalho, que substitui Décio Carbonari – atual presidente do Banco Volkswagen, que comandava a Anef desde maio de 2010.
EcoBoost 1.0 da Ford
A Ford realizou a primeira exibição do novo motor 1.0 EcoBoost de três cilindros com turbocompressor, que, em breve, equipará uma das versões do New Fiesta no Brasil. Além de ser até 20% mais econômico no consumo de combustível, o propulsor reduz em até 15% as emissões de CO2. Sua potência também é destaque – 125 cv, superior à de blocos de maior cilindrada. Para atingir esse desempenho, o 1.0 EcoBoost da Ford combina três tecnologias: turboalimentação, injeção direta de combustível e comando de válvulas variável, além de outras inovações.
Fonte: Jornal do Comércio