Chegou a Copa do Mundo!
Desde que o anúncio oficial da Fédération Internationale de Football Association – Fifa – aconteceu, em 31 de maio de 2009, determinando o Brasil como país sede, vive-se, por aqui, de um futuro. Dos números, das expectativas, das obras. O Governo e a mídia pró-Copa vive de reafirmar os impactos financeiros, a evolução matemática, os valores confusos entre gastos diretos e indiretos dos cofres públicos. Há um valor concreto de 33 bilhões em investimento em infraestrutura, mas no qual poucos sabem exatamente sobre do que se trata. Do outro lado, a oposição e a mídia que não conseguiu ter o direito de transmiti-la, ambos contrários e torcedores do fracasso do evento. Eles vivem de dizer que os valores são absurdos, que os gastos com os estádios não irão melhorar em nada a vida dos brasileiros, que a corrupção está nadando de braçadas.
Todos podem estar certos e errados ao mesmo tempo. Agora, há 10 dias do evento acontecer, com obras ainda não entregues, com poucos resultados práticos no quesito mobilidade urbanos, com a Seleção Brasileira definida, a Revista Sindloc quis perguntar sobre o segmento de locação: e então? O que resta? Otimismo? Pessimismo? De que lado, afinal, estamos?
Para a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis – Abla, os resultados já são, há muito tempo, perceptíveis e positivos. “A Copa do Mundo e a Olimpíada serão importantes para o nosso setor, impulsionando o aluguel diário de automóveis. Mas independentemente deles, as locadoras de veículos já estão sendo demandadas por outro público, por causa da Copa: as empresas interessadas em terceirizar frotas para trabalharem nas obras de infraestrutura do evento”, explicou João Claudio Bourg, Presidente Executivo da Abla, em reportagem no site da instituição, publicada em 2012.
Para Cristiano Cunha, da Brazillians Tour, de Juiz de Fora, Minas Gerais, existem impactos tanto positivos como negativos com o evento. “O que precisamos, de fato, é errar menos. O empresário precisará ficar atento às despesas e ao tempo de realização dos trabalhos afim de que o montante não se torne uma surpresa negativa ao final”, alerta ele.
Para alguns, a Copa das Confederações foi um teste. É o caso de Ricardo Moreira, da Executivo Service. Ele anda atualmente bem menos otimista, após ter alguns dos seus carros avariados, sobretudo, por conta das manifestações de junho de 2013. Para ele, não valerá a pena atender as demandas da Copa do Mundo. “Estamos bem apreensivos. Na Copa das Confederações, onde o fluxo foi bem menor do que o esperado para agora, tivemos veículos avariados”, conta. Ele acredita que o retorno financeiro será bom, mas é preciso calcular. “O risco, a meu ver, será maior do que o lucro, sem contar com o risco de integridade física do motorista e dos clientes. Portanto, até então a minha meta é não atender às demandas da Copa do Mundo e sim aos meus clientes fora do circuito do mundial”, avisa.
Segundo o Presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado do Ceará – Sindiloc-CE, Aleksander Rangel, a Copa das Confederações foi decepcionante. Esperava-se, segundo ele, uma movimentação 40% maior para o período, o que não aconteceu. Os registram apontam nenhuma porcentagem, nem para mais, nem para menos, no período.
O que se percebe é que as empresas que já investiram, investiram. As que ainda não, não investirão mais. Agora é esperar e computar o que, de fato, do futuro reservará para o já então presente.
Da Revista Sindloc (MG).