Unidas quer recuperar o espaço perdido
A ideia é expandir frota e a rede de lojas, apostando que o preço (ainda) salgado dos veículos seguirá favorecendo o mercado de aluguel.
A companhia é resultado da venda, por exigência regulatória, de um pedaço da “antiga” Unidas, que se fundiu com a rival Localiza em 2021. A canadense Brookfield comprou a marca e uma frota de 49 mil veículos por R$ 3,6 bilhões e fundiu o negócio com a Ouro Verde, empresa de gestão frotas e aluguel caminhões que já controlava.
— A marca perdeu 25 mil carros que ficaram com a Localiza. Nosso foco é reabrir lojas para reconquistar esses clientes. O “share” da marca Unidas é maior que os 7% que temos hoje de mercado. A Unidas chegou a ser maior que a Movida, com fatia de 12% — diz o CEO Cláudio Zattar, ex-executivo da Localiza.
A companhia começou o ano com 168 lojas de aluguel, mas quer encerrar dezembro com 210 unidades. Um dos focos é em aeroportos, como os de Manaus, Teresina e São Luís. Outro plano é chegar a cidades menos exploradas, como Ponta Grossa (PR), Duque de Caxias (RJ) e Presidente Prudente (SP).
A frota é de pouco mais de 60 mil carros no segmento RAC. Mas a companhia tem um plano agressivo de compra, até porque a Unidas tem um desafio: hoje, a frota está velha, com uma média de 13,5 meses, contra uma idade-padrão de 7,5 meses.
— Negociamos a compra de 70 mil carros, sendo que 40 mil pra RAC. Em dezembro, já havíamos comprado 10 mil. O plano é reduzir a idade média para 9,5 meses em 2024. Não dá pra fazer mais rápido porque a gente é conservador com capital — acrescenta.
Ele admite que “os canadenses” — leia-se: Brookfield — “estão preocupados com o futuro.” A razão é o nível elevado de juros e a turbulência econômica em geral.
— Nosso custo está alto. Mas o lado bom é que estamos gerando receitas — completou.