A quantas andam os carros elétricos chineses no Brasil?
O mercado brasileiro tem sido almejado pelas marcas automobilísticas chinesas – mas nem todos os negócios foram tão bem assim. A fábrica da JAC Motors em Camaçari, na Bahia, com previsão de inauguração em 2015, ainda não está pronta; a fábrica da BYD em Campinas, São Paulo, prevista para 2015, teve sua abertura prorrogada para julho de 2016. Segundo um estudo divulgado pela MA8 Management Consulting Group, consultoria especializada no setor automotivo, as montadoras chinesas são as que enfrentam mais dificuldades ao chegar ao Brasil.
Nem tudo, no entanto, são pedras no caminho. Os modelos elétricos, por exemplo, tem chamado a atenção do mundo todo pela sustentabilidade e pelos preços acessíveis – tanto na compra do automóvel quanto no seu abastecimento. O hatch compacto Z100 Logic, da Zotye Motors, por exemplo, tinha a pretensão de chegar ao Brasil como o carro mais barato do país, saindo a R$ 24.600,00.
O custo de abastecimento por quilômetro rodado do e6, veículo elétrico da marca BYD, é de R$ 0,04, contra valores entre R$ 0,19 e R$ 0,30 de veículos movidos a gasolina, etanol ou diesel. A média de rodagem por carga na bateria gira em torno de 400 km – tendo chegado até 728 km, em teste realizado com o modelo Tesla Model S P85D, da marca americana Tesla.
Para analisar a viabilidade de adquirir um veículo – e em especial toda uma frota -, no entanto, não basta levar em conta apenas o valor de compra e abastecimento do veículo. Luciano Almeida, diretor comercial da Emtel Trans, afirma que, mesmo com os preços competitivos, só cogitaria adquirir uma frota de carros elétricos chineses se houvesse fábricas no Brasil e ampla rede de concessionárias, tornando os veículos acessíveis e facilitando a boa manutenção.
Outra questão que ainda barra o crescimento da venda de automóveis elétricos no Brasil diz respeito às estações e postos de recarga, que devem ser pensadas e implantadas de maneira a atender satisfatoriamente a todos os usuários dos veículos.
A tendência é que meios de transporte sustentáveis como os carros elétricos chineses recebam cada vez mais atenção do mercado, da indústria e dos governos. Segundo a agência de notícias Reuters, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, reuniu-se em junho deste ano com o Ministro da Fazenda Joaquim Levy em busca de incentivo fiscal para fábricas de carros elétricos. Para o governador, o incentivo aos automóveis elétricos poderia ainda melhorar o cenário do mercado de veículos: “O carro elétrico ajudaria a manter a funcionalidade da fábrica, emprego e renda no Estado… a fase do setor automobilístico é ruim no Brasil inteiro”, alegou, em entrevista na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – Firjan.
No setor de aluguel de automóveis, nem os chineses nem os elétricos conquistaram espaço ainda. Para muitos empresários, é preciso que esse tipo de veículo seja testado nas ruas para depois, após comprovadas sua durabilidade e segurança, poderem chegar aos pátios das locadoras.
Da Revista SINDLOC-MG.