Anfavea, Fenabrave e Abac firmam parceria para estimular vendas
De Automotive Business
A forte contração das vendas de veículos fez as associações que representam as empresas do setor irem atrás de novas maneiras para estimular as vendas. Sem possibilidade de recorrer ao governo em busca de desonerações, como aconteceu nos últimos anos, Anfavea e Fenabrave decidiram se unir e firmaram parceria com a Abac, que representa os administradores de consórcios. Na quinta-feira, 23, as entidades assinaram termo de entendimento para a criação do Festival do Consorciado Contemplado, campanha para atrair estes consumidores para a rede de concessionárias.
Entre 1º de maio e 15 de junho as revendas das 11 marcas que aderiram ao programa oferecerão atrativos e condições especiais para os clientes que têm a carta de crédito, mas ainda não compraram veículos. Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac, aponta que há cerca de 240 mil consumidores nesta condição atualmente, incluindo 225 mil interessados em comprar veículo leve e 15 mil que pretendem adquirir modelos pesados. “A expectativa é boa, mas é difícil precisar qual será o impacto”, admite. Luiz Moan, presidente da Anfavea, também não tem um número como meta, mas garante que o potencial é grande. “Este volume equivale a um mês adicional de vendas.”
A projeção de quantos consumidores podem ser atraídos pela campanha é realmente incerta, já que há clientes que simplesmente não têm interesse em comprar um carro imediatamente. “Muitas vezes o consórcio é um investimento de longo prazo”, explica Rossi. Ele cita como exemplo um pai que planeja presentear o filho com um automóvel no futuro, mas acaba contemplado antes da hora programada e espera para fazer a compra. “Neste caso, quando a pessoa é sorteada, o valor pago é aplicado e passa a ser corrigido.”
Moan garante que, além de ser uma campanha de marketing imediata para atrair consumidores, o Festival do Consorciado Contemplado também pretende divulgar o consórcio como opção para a compra de veículos. Diante da restrição da oferta de crédito pelos bancos, a modalidade foi a única a apresentar crescimento em 2015: houve alta de 8% no número de participantes ativos no primeiro trimestre na comparação com igual intervalo de 2014. Segundo a Abac, mensalmente são vendidas entre 75 mil e 80 mil cotas.
Entre janeiro e março o consórcio teve participação de 23% nas vendas de veículos leves. “A expectativa é que este porcentual chegue a 25% até o fim do ano”, determina Rossi. Se concretizado, o crescimento será expressivo diante do resultado do ano passado, quando a modalidade respondeu por apenas 17,3% das vendas. No caso dos veículos comerciais, o consórcio já alcançou presença de 25% nos emplacamentos no primeiro trimestre de 2015.
No anúncio da campanha, as entidades evitaram especificar as promoções que devem acontecer nas concessionárias, já que cada marca vai desenvolver suas próprias condições. “As empresas vão anunciar as iniciativas. Podem acontecer descontos ou a inclusão de equipamentos e oferta de versões mais completas dos carros”, explica Alarico Assumpção, que lidera a Fenabrave.
Da rede brasileira de 8,1 mil concessionárias das marcas de veículos instaladas no Brasil, o Festival do Consorciado Contemplado abrange por enquanto cerca de 3 mil casas, com a participação de Audi, DAF, Fiat Chrysler (FCA), Honda, Caoa, Iveco, General Motors, MAN, Scania, Toyota e Volkswagen. A expectativa é que outras montadoras entrem no programa já nos próximos dias. Uma já cogitada segunda edição da campanha deve incluir ainda outras entidades, como a Abraciclo, que representa os fabricantes de motocicletas.
O Festival do Consorciado Contemplado é a primeira iniciativa que a Anfavea adota para melhorar o atual baixo patamar de vendas de veículos. A entidade busca soluções para suavizar a queda de 17% nos emplacamentos registrada no primeiro trimestre. O objetivo é encerrar 2015 com retração menor, estimada em 13,2%, para 3,03 milhões de veículos. A associação pretende ainda repetir o Salão Auto Caixa, feirão que oferece condições especiais de financiamento pelo banco público.
Fonte: ABLA