Belo Horizonte tem média de 40 carros roubados por dia

Usando alarmes, travas e sempre com os vidros fechados, motoristas belo-horizontinos estão lidando cada vez mais com o medo de assaltos. No caso do roubo e furto de veículos, dados da Secretaria de Estado de Defesa Social mostram que o número de ocorrências é crescente. Na comparação dos seis primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2013, o aumento foi de 17,6%, passando de 6.096 para 7.174 casos. O cenário é o mesmo no Estado, onde houve aumento de 28,6%, de 20.157 para 25.925 casos.
Apenas na capital, a média é de 40 roubos diariamente – um a cada 36 minutos. De acordo com o delegado Luciano Guimarães, da Delegacia Especializada de Investigações de Furtos e Roubos de Veículos, a maioria das ocorrências é de furto.
“No caso dos roubos, não há predominância, mas a maioria acontece no sinal ou quando a pessoa está chegando em casa, quase sempre a mão armada”, explica. O delegado não quis comentar os números e disse apenas que o trabalho da polícia independe do aumento.
Renard Campolina, 26, foi vítima de um furto há pouco mais de três meses. Ele passou uma temporada fora do país e, no primeiro dia de volta a sua rotina, o carro foi furtado na porta do trabalho. “Depois disso, descobri que vários colegas já foram assaltados. Na semana passada, uma amiga teve o carro roubado. São muitos casos. Não fiquei paranoico, mas agora tomo várias precauções”.
Fuga. O delegado não informou um ranking dos bairros com mais casos, disse apenas que as regiões de Venda Nova e Noroeste são as mais visadas. “Não há um dado que prevalece, mas essas regiões, como são maiores e apresentam facilidade para a fuga, acabam tendo uma incidência maior”, afirmou Guimarães. Segundo ele, o aumento nesse tipo de crime não é exclusivo de Minas Gerais.
Para conter os crimes, o delegado afirma que são feitas constantes fiscalizações, pessoas estão sendo investigadas e a delegacia já conseguiu desarticular quadrilhas que atuavam na capital.
Para Robson Sávio, integrante do Forum Brasileiro de Segurança Pública, há uma tentativa de diminuir crimes violentos, como homicídio, em Minas e, ao juntar forças em determinado tipo de crime, é criado um vácuo. “A polícia não dá conta de tudo. Os infratores percebem e, como o cálculo é racional, descobrem uma boa possibilidade para voltar a atuar”, explica.
Sávio atribui o aumento também a uma morosidade por parte da Justiça e à lotação do sistema prisional.
Ferro-velho
Ação. Segundo o delegado, os ferros-velhos são fiscalizados ao menos uma vez por mês por serem um dos destinos dos veículos. A média é de um preso por roubo ou receptação por semana.
Por Bárbara Ferreira, do O Tempo.

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