Blindagem à prova de fuzil
Com a crescente violência verificada no Estado do Rio de Janeiro, muito em consequência de disputas pelo controle de territórios por facções criminosas, tem se verificado um crescente e assustador aumento do poderio bélico do crime organizado.
Segundo a Polícia do Rio de Janeiro, até outubro deste ano, foram apreendidos impressionantes 424 fuzis! Já no Estado de São Paulo a Polícia afirma ter apreendido nos primeiros 5 meses do ano, 81 fuzis.
Parte destes fuzis aprendidos são do modelo AK-47 que segundo especialistas, seria um dos armamentos de mão mais poderosos já produzidos. Com capacidade de disparo de 10 tiros por segundo, seu projétil é capaz de perfurar uma blindagem convencional de nível III-A. Desta maneira, a única forma de se pensar em uma blindagem segura, seria a utilização de uma blindagem de nível III, que é bem mais pesada que uma de nível III-A e que somente é autorizada pelo Exército Brasileiro em caráter especial.
Uma blindagem nível III, face ao peso agregado, somente é suportada por veículos bastante potentes, o que restringe consideravelmente a sua aplicação. Para se ter uma ideia, um vidro convencional de nível III-A possui espessura nominal que varia entre 17mm e 21mm. Já no nível III a espessura nominal gira em torno de 42mm.
No segmento de blindagem arquitetônica, não é diferente e a blindagem também necessita de autorização do Exército Brasileiro, no entanto com menores limitações que nos automóveis. Prova disso foi o comentário do CEO do fabricante de vidros blindados High Glass, Dimas Salesse, que em entrevista concedida à Revista Exame confirmou o aumento da procura pela proteção balística de nível III:
“Neste ano de 2017 estamos recebendo muitos pedidos de vidros blindados arquitetônicos para proteção de nível III. A população que não tem este conhecimento técnico, sempre nos procura perguntando do vidro para fuzil, deixando muito claro, em especial na cidade do Rio de Janeiro, que as constantes notícias de balas perdidas em razão da guerra do tráfico, tornam necessário este tipo de proteção em residências e comércios que estão próximos a estas comunidades, que passam por constantes conflitos, utilizando o fuzil AK-47.”