Cai a concentração das vendas no ‘G4 automotivo’

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De Valor Economico

Um mercado menos concentrado nas quatro marcas mais tradicionais e populares do país, mas que, apesar da crise, ainda mostra apetite por lançamentos ou modelos sofisticados, inclusive no segmento de luxo. Em linhas gerais, esse é o cenário exposto por números divulgados ontem pela Fenabrave, entidade das concessionárias de automóveis, que confirmaram o aprofundamento dos resultados negativos do setor.
O levantamento mostra que as quatro montadoras do pelotão de frente da indústria – Fiat, Volkswagen, General Motors (GM) e Ford – seguem dando espaço a marcas novatas e agora respondem por 65,6% das vendas totais. No mesmo período de 2013, essa participação estava em 68,2%. Uma década atrás, passava de 82%.
Juntas, as marcas do “G4″ vendem quase 13% menos neste ano. A Volkswagen é quem mais perde, com queda de 14,7% após a aposentadoria compulsória de dois campeões de venda: a Kombi e a quarta geração do Gol, que era a versão mais barata do modelo mais popular do país. Ambos os modelos saíram de linha porque não eram compatíveis com os dispositivos de segurança (airbags e freios ABS) que, desde janeiro, se tornaram obrigatórios para todos os carros produzidos no país.
Mesmo assim, a montadora de origem alemã conseguiu recuperar a segunda colocação no ranking, dado o fraquíssimo desempenho de sua concorrente pelo posto, a GM, no mês passado.
Apesar do contexto de crise na indústria automobilística, ganham espaço marcas posicionadas em segmentos menos expostos à seletividade bancária nas liberações de crédito – que atinge com maior força os modelos mais populares – ou que ainda colhem frutos de investidas em novos mercados, com lançamentos bem aceitos pelo público. Das montadoras instaladas no Brasil, a Hyundai, impulsionada pela chegada da versão sedã do HB20, e a Toyota, embalada pelo crescimento das vendas do Corolla, são as únicas que se mantêm no azul em 2014. Enquanto a marca coreana cresce 10%, as vendas da montadora japonesa sobem quase 5%.
A importação de carros de luxo também avança, com destaque para o crescimento de pouco mais de 80% registrado pela Audi. Ao mesmo tempo, as vendas da Mercedes-Benz mostram alta de 5,3%, e as da BMW, 4,3%.
O balanço divulgado ontem pela Fenabrave mostrou que as vendas de veículos em agosto caíram 17,2% na comparação com o volume de um ano atrás. O recuo no acumulado do ano passa, dessa forma, de 8,6% para 9,7%.
Na apresentação dos resultados, o presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti, projetou um 2015 tão difícil como este ano – dada a tendência de aperto nas políticas fiscais e monetária -, mas disse esperar resultados melhores no último trimestre de 2014. O otimismo sobre o fim deste ano se deve a medidas anunciadas pelo governo para irrigar o mercado de crédito, o aquecimento sazonal do consumo e a chegada de novos produtos no mercado. Soma-se a esses fatores a expectativa de antecipação de compras, em virtude da recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) agendada para janeiro.
Segundo Meneghetti, os números do mês passado, contrariando expectativas de retomada pós-Copa do Mundo, ficaram aquém das expectativas. Os estoques de veículos na rede, ainda que em queda, seguem acima do normal, variando de 35 a 50 dias, a depender da marca, disse o executivo. Ele informou ainda que o governo promete lançar após as eleições o aguardado programa nacional de renovação da frota de caminhões.
Fonte: ABLA

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