Chery inaugura a primeira fábrica chinesa de automóveis no Brasil
A primeira fábrica de veículos de uma montadora chinesa fora da China foi inaugurada na manhã desta quinta-feira (28) no município de Jacareí, no Vale do Paraíba, em São Paulo. A empresa investiu US$ 530 milhões, cerca de R$ 1,2 bilhões para duas unidades fabris: a de automóveis e a de motores, no mesmo complexo industrial.
A cerimonia contou com a presença de autoridades e executivos da marca. . “A decisão de ter uma unidade industrial nacional foi tomada em 2009, antes mesmo do anúncio do aumento dos 30 pontos percentuais do IPI para carros importados. Desde lá, passamos por uma série de situações, como o anúncio do Inovar-Auto, e o cenário atual do setor continua não influenciando em nossa decisão. A Chery Brasil será o headquarter da Chery na América Latina”, declara Roger Peng, presidente da Chery Brasil.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin ressaltou a importância da região para a empresa. “É um dia de alegria e nós nos orgulhamos de termos em São Paulo a maior comunidade chinesa e a Chery escolheu o melhor lugar para se instalar ao lado da (Via) Dutra, próximo ao Rio de Janeiro e ao Porto de São Sebastião. É a melhor esquina do Brasil”, declarou.
Já o vice-presidente da República, Michel Temer elogiou a coragem da Chery em investir no Brasil. “Enquanto muitos temem em investir no Brasil, vem a Chery e mostra toda a confiança no Governo Federal e no Governo de São Paulo ao fazer este importante investimento”, disse o vice-presidente, que destacou os 50 protocolos de intenções de investimentos assinados pelo presidente chinês Xi Jinping em encontro com a presidente Dilma em julho em Brasília.
A fábrica
No primeiro ano de funcionamento, a Chery espera fabricar 50 mil veículos em Jacareí e aumentar de 67 para 100 o número de revendas da marca no Brasil até o fim de 2014. A partir de 2016, a fábrica irá produzir 150 mil veículos por ano.
A área de 400 mil metros quadrados concentra os setores de montagem (totalmente robotizada), soldagem e pintura, além do prédio administrativo e um restaurante. O complexo conta ainda com pista de teste com variação diversas de terreno para simular as condições adversas do solo. Segundo a Chery, todo o capital investido é próprio e a empresa se preocupou em equipar a unidade com máquinas de última geração vindas da China, Alemanha, Estados Unidos e Espanha.
O primeiro modelo a ser produzido no Brasil é o novo Celer – hatch e sedan – e o segundo modelo a entrar na nova linha de produção, no segundo trimestre de 2015, será a nova geração do pequeno QQ, que além de um grande facelift, receberá o novo motor 1.0 flex de três cilindros. Em 2016, a Chery iniciará a produção de um terceiro modelo, que será um SUV, fruto de um novo projeto. Os três modelos também abastecerão os mercados da Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru. Em 2018, a Chery terá um modelo pensado, projetado e desenvolvido especialmente para mercado brasileiro.
De acordo com a empresa, incialmente, o índice de nacionalização do Celer, é de pouco mais de 50%, graças a parceria com vários fornecedores como Plascar, Metagal, Pirelli, Moura, Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf, Petronas, entre outros. “Todas estas empresas estão situadas em um raio de até 100 km de distância, porém, já contamos com um espaço ao redor da fábrica de automóveis para receber um futuro polo de fornecedores”, comenta o vice-presidente da Chery Brasil, Luís Curi.
O índice de nacionalização dos modelos Chery fabricados no Brasil será aumentando gradualmente, podendo chegar a 70% em aproximadamente dois anos, momento no qual a Acteco (fábrica de motores) também passará a fornecer transmissões, que serão produzidas pela empresa.
Na fábrica de motores, no mesmo complexo, serão produzidos incialmente os propulsores 1.0 e 1.5. “No futuro, também serão produzidos outros tipos de motores, para abastecer não só a demanda da Chery em Jacareí, mas como também outras localidades. Por enquanto, a Acteco fornecerá seus itens para o Brasil, mas planejamos exportar em um segundo momento”, revela o presidente da marca no Brasil, Roger Peng.
Processo seletivo aberto
As obras duraram 23 meses e gerou 300 empregos diretos. Hoje, com o funcionamento parcial da fábrica, são 300 empregados, sendo que destes, 30% são ex-profissionais da unidade da General Motors de São José dos Campos. Segundo a Chery, neste momento há 70 vagas abertas, sendo 40 para manufatura e as demais para a área administrativa. Até o fim do ano, serão 500 colaboradores. O processo seletivo é feito através de análise de currículos cadastrados no Senais, Catho, Linkedin e órgãos públicos da região.
Por Marcello Oliveira, do Vrum.