Com mercado em crise, Salão de SP será inspiração, diz organizador
Nº de marcas vai ser menor do que em 2014, mas espaço é mais moderno. Para o público, evento começa na quinta (10); veja dicas para aproveitar.
A indústria automobilística acredita que o Salão de São Paulo 2016 será “o da retomada”. Em meio a uma forte crise, a venda e a produção de veículos caíram quase pela metade em 4 anos. Se está difícil convencer o consumidor a comprar um carro zero, o maior salão do automóvel da América Latina tenta inspirar os visitantes para decisões futuras.
“É a diferença entre a fotografia e o filme. A fotografia de hoje não sei se é a ideal, né? Infelizmente, os números não só essa indústria, mas de várias outras aqui no Brasil, estão comparativamente menores do que em outros momentos”, diz Paulo Octavio Pereira de Almeida, vice-presidente da empresa organizadora do evento.
“Mas o filme, que é o dos brasileiros serem apaixonados por veículos, a oportunidade de a pessoa vir aqui, escolher ou sentir a diferença entre um ou outro modelo, gera o sonho futuro da compra.”
Apostando na retomada da indústria, o evento abre para o público na próxima quinta-feira (10), às 14h, em “casa” nova.
Pela primeira vez, depois de décadas de história, o Salão de SP não acontecerá no Anhembi, mas no São Paulo Expo, o antigo Centro de Exposições Imigrantes.
Área maior, menos marcas
O local foi reformado e reinaugurado em abril último. É um projeto mais moderno e conta com climatização -cuja falta gerava uma das principais reclamações de quem foi ao Anhembi nos salões anteriores. A área também é maior: 90 mil metros quadrados.
Os visitantes vão percorrer corredores de 600 metros de extensão, já que o Expo tem um formato retangular, enquanto no Anhembi o Salão era disposto em forma de quadrado.
Mas o número de marcas é menor do que na edição anterior, de 2014. As ausências são a sueca Volvo e as chinesas Jac Motors e Geely.
A organização também não prevê recorde de público: a expectativa é que ele se mantenha em relação a 2 anos atrás.
“Só poderíamos dizer que vamos aumentar o número de pessoas se aumentássemos o número de dias; são 11 dias de eventos aberto ao público, a quantidade é a que a gente consegue comportar”, diz Almeida. “São 730 mil, 750 mil pessoas; outros eventos que acontecem pelo mundo, como o Salão de Paris, o maior do mundo, têm 16 dias.”
O novo local
O executivo diz que o São Paulo Expo oferece mais vantagens ao público do que apenas temperaturas mais agradáveis. “Está próximo do Rodoanel, então as pessoas que vêm de fora de São Paulo não precisam passar por dentro da cidade. E está próximo dos dois aeroportos sem ter um semáforo para você parar, seja vindo de Cumbica ou de Congonhas”, destaca.
“As pessoas poderão vir escolhendo seu transporte: de metrô, pela estação Jabaquara, a mesma linha que ia para o Anhembi, são 850 metros de distância, e vamos oferecer em ônibus gratuitos (para o trecho)”, explica.
“Pode escolher: pode vir a pé, de carro, de metrô, de ônibus, até de helicóptero, porque temos um heliponto aqui: mas são duas vagas somente, tá? E já tivemos reservas.”
Dia mais barato e espaço ao ciclista
Almeida finaliza dando duas dicas para aproveitar melhor o salão. A primeira é visitar o salão logo no primeiro dia (10).
“Você vai poder conhecer as novidades antes de todo mundo, e é o dia mais barato. Nem aumentamos o preço do ingresso em relação à edição de 2014: vai custar R$ 40, com meia-entrada, R$ 20.”
A outra dica é ir aos domingos. “Se você gosta de bicicleta, a gente tem, na ponte que faz a travessia do Jabaquara para o pavilhão, uma ciclofaixa que vai estar, de alguma forma, interligada com a ciclofaixa da Paulista. E existe um bicicletário que é de graça, você só precisa trazer seu cadeado.”
Por Luciana de Oliveira, do Portal Globo.com