Dez carros vendidos no Brasil que custam muito mais do que deveriam

Que os preços dos carros no Brasil subiram muito nos últimos anos não é preciso detalhar. O consumidor vem sentindo na pele a diferença ao descobrir que praticamente não há mais nenhum veiculo, nem mesmo de entrada, abaixo de R$ 40 mil.

Qualquer hatch compacto supera R$ 60 mil em versões mais equipadas. SUVs pequenos concentram quase todas as versões entre R$ 80 mil e R$ 90 mil, e sedãs médios como Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze já se sentem à vontade ocupando a casa de R$ 100 mil.

As fabricantes apontam inflação, dólar, fim de subsídios do governo e custos gerais de produção (ou importação) para justificar os aumentos, mas há também a questão da rentabilidade. Em momento de grande crise do setor, é preferível vender menos carros com uma margem maior sobre cada unidade do que apostar em volume.

Se os preços estão justos ou não é uma outra discussão. O objetivo aqui é mostrar dez carros que ficaram caros demais mesmo levando em conta a atual realidade do mercado brasileiro, ou seja: cobram bem mais do que a média de seus respectivos segmento. Confira:

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Volkswagen Golf de R$ 174.300

Tudo bem que estamos falando da icônica versão GTI, mas não deixa de ser um Golf, hatch de porte médio. Configuração esportiva parte (leia bem, dissemos que ele “parte”) de R$ 132.250. Acrescente pintura perolizada, teto solar, pacote com adereços invocadinhos e pacote tecnológico com assistências de conforto e condução. Voi là: chegamos a quase R$ 175 mil só de Golf. É o preço de um Ford Fusion.

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Mercedes-Benz CLA de R$ 223.900

Sedã-cupê derivado da família Classe A, portanto um compacto, o CLA possui etiqueta mais cara que a de seu concorrente Audi A3 Sedan desde que aportou no país. É verdade que o fato de ser importado compromete a competitividade, mas nada justifica cobrar acima de R$ 220 mil num veículo com menos de 2,70 metros de entre-eixos, por mais premium que seja.

 

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Honda HR-V de R$ 105.900

Chegamos ao dia em que um automóvel generalista, de porte compacto e com motorização convencional (flex aspirada) rompeu a barreira de R$ 100 mil. Apesar de o nome ser o mesmo da versão de topo do Civic, que acrescenta motorização turbo, o novo HR-V Touring não inclui nada além de alguns penduricalhos estéticos, luz diurna em LED, sensores traseiros de estacionamento e acendimento automático de faróis e limpadores de para-brisa. Pouco para um cheque tão polpudo.

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Hyundai HB20 de R$ 71.385

Tudo bem que o Hyundai HB20 continua a ser um dos melhores hatches compactos de nosso mercado, mas não há como defender que a versão aventureira “X” supere a casa de R$ 71 mil quando dotada de todos os opcionais (câmbio automático, pintura metálica, sistema multimídia BlueMedia e banco de couro). Afinal, ainda estamos falando de… Um HB20.

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Toyota Corolla de R$ 116.990

Está mais moderno? Está. Ganhou equipamentos? Ganhou. Corrigiu a grave falha de não ter controle de estabilidade? Corrigiu. Ainda assim, o sedã médio mais vendido do Brasil não precisava se aproximar de R$ 120 mil na versão de topo Altis, simplesmente porque não oferece tecnologia ou motorização para tal. Um Honda Civic Touring de R$ 124.900 já é excessivamente caro, mas ao menos possui base e motor totalmente novos. O Corolla Altis nem isso.

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Kia Soul de R$ 90.990

Quando a Kia lançou a nova geração do Soul no Brasil, UOL Carros cantou a bola: o carro iria encalhar a R$ 90 mil e a marca sabia disso. Não deu outra. Cobrar tanto por um modelo com entre-eixos meros 5 cm maior que o de um Chevrolet Onix foi praticamente um tiro no pé. A consequência: o crossover sumiu das ruas.

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Ford Fiesta de R$ 73.990

Não há motor turbo que explique o fato de um Fiestinha, hatch compacto, flertar com a casa de R$ 75 mil. A ideia da fabricante é não promover uma canibalização com o Ka, o que é até compreensível, mas a realidade é que o New Fiesta não tem atributos para ter esse preço. Nem iluminação em LED ou projeção de celulares o modelo possui.

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Fiat Mobi de R$ 51.390

A proposta era ter um citycar de entrada. Repetindo: de entrada. Qual o sentido, então, de cobrar mais de R$ 50 mil num subcompacto como o Mobi? Esse é o valor que terá de ser pago pela configuração 1.0 Drive com transmissão automatizada e pacote de conectividade Live On.

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Volkswagen SpaceCross de R$ 98.726

A Volkswagen é provavelmente a marca que mais abusa das etiquetas elevadas. Como aceitar que uma perua compacta, derivada de um modelo cuja plataforma tem quase 15 anos de vida, alcance R$ 100 mil? É quase isso que você terá de pagar por uma SpaceCross automatizada (não é automática, hein? É automatizada) com pintura perolizada e opcionais de controle de estabilidade, assistente de subida em rampas, teto solar, banco em couro sintético e central multimídia.
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Honda WR-V de R$ R$ 83.400

Já comentamos isso em nossa recente avaliação sobre o WR-V: o valor está salgado demais para um hatch aventureiro (que a montadora tenta vender, e UOL Carros não concorda, como SUV). A reputação da marca e o ótimo trabalho em pós-venda farão com que os emplacamentos alcancem o patamar pretendido, mas que a etiqueta está um bocado acima do que o (vá lá) crossover faz por merecer, isso está. Não podemos esquecer: carroceria e acabamento são derivados do Fit, e não há sequer controle de estabilidade.

Fonte: UOL

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