Esportivo da Mercedes de R$ 1,2 milhão chega ao país em lote quase todo vendido

Com ampla área de escape, o autódromo francês de Paul Ricard é um convite para testar os próprios limites e, claro, os da versão Black Series do SLS, o Mercedes de rua mais bravo da atualidade.
Sem qualquer sinal de medo, o cupê espera a reportagem com as portas tipo “asas de gaivota” erguidas. Ao mesmo tempo, o som rouco e borbulhante do motor V8 faz o coração bater acelerado.
Entrar na cabine exige certo contorcionismo, como no modelo original, produzido de 1954 a 1963. Ajustes feitos, é a vez de o engenheiro alemão passar o capacete e as instruções.
“Suspensão, chassi, câmbio e motor são de carro de corrida, mas esse SLS é homologado para rodar no trânsito também. Dá até para ir à padaria. Mas melhor não, pois pão engorda”, diz.
A brincadeira é uma referência ao regime que deixou o Black Series 70 kg mais leve que o SLS AMG normal. Além do uso de fibra de carbono em partes estruturais e de acabamento, o esportivo traz escapamento de titânio e freios de cerâmica.
O motor 6.3 V8 ganhou 60 cv, chegando a 631 cv. Todo esse esforço parece trazer poucas vantagens: a velocidade máxima continua em 317 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h fica apenas 0,2s mais rápida (3,6s, segundo o fabricante). Já o preço sobe 40% e beira R$ 1,2 milhão.
SEM JUÍZO
Na pista, com os pneus 325/30 R20 traseiros devidamente aquecidos -a pressão instantânea pode ser conferida no painel-, percebe-se que o esportivo alemão realmente não nasceu para ir passear na padaria. Sua especialidade é fazer curvas, e bem rápido.
Um dos segredos está no sistema de bloqueio do diferencial que, junto com os controles de estabilidade e de tração, minimiza a rolagem da carroceria em sequências de curvas e mudanças bruscas de trajetória.
Dá para desabilitar toda essa ajuda eletrônica por meio do botão “Sport Off”, que, com um pouco de humor, poderia ser traduzido para algo como “sem juízo”.
A versão Black Series chega ao Brasil com o lote de 12 unidades praticamente todo vendido –nove carros já estão encomendados. Os restantes podem ser os últimos SLS novos do país, pois a Mercedes irá encerrar a produção do carro neste ano.
Por Felipe Nóbrega, da Folha.

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