Fiat encara o Brasil como um centro de exportação
Em meio à baixa demanda por veículos no Brasil, o grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), que controla a Fiat, decidiu que, a partir deste ano, passa a olhar o país como um centro de exportação para outros mercados, informou nesta quinta o presidente do grupo na América Latina, Stefan Ketter, em encontro com jornalistas, um dia após o lançamento do Mobi, o novo subcompacto da marca italiana.
O executivo esclareceu, no entanto, que esta não é uma decisão pensada para ser provisória ou apenas para aproveitar o câmbio favorável e driblar o enfraquecimento do mercado interno. “Queremos ser um país exportador para sempre, é estratégico”, afirmou. “E não só para América do Sul, tem o México, temos potenciais na África, na Europa e, inclusive, nos Estados Unidos”, acrescentou.
Apesar da aposta no mercado externo, Ketter sugeriu que a mudança não será imediata. “A FCA (no Brasil) não foi uma companhia voltada para exportação nem o Brasil é um país de exportação. Este é um tema em que temos de ser agressivos e que temos de construir de uma forma rápida, mas não vai acontecer da noite para o dia”, disse.
De acordo com Ketter, a fábrica construída recentemente em Pernambuco, que produz os modelos Renegade, da Jeep, e Toro, da própria Fiat, foi a responsável por abrir os olhos do grupo para o mercado internacional, em razão do interesse gerado no exterior por esses dois modelos. “Tem gente dizendo que precisa do Renegade na África e tem americano me perguntando por que não levamos o Toro para lá”, contou. “Sem isso (a fábrica), não estaríamos nem na fase de estratégia nem poderíamos entrar nessa discussão”, disse.
Ketter criticou que as vendas para o exterior estejam concentradas na Argentina e afirmou que o Brasil deveria buscar novos acordos comerciais, de modo a ampliar as possibilidades e reduzir a dependência da flutuação da taxa de câmbio. “Aqui no Brasil é assim: quando o dólar está alto, é hora de exportar; quando o dólar está baixo, é hora de olhar para o mercado interno, porque não vale a pena exportar. Esse entra e sai não é sustentável”, disse.
Carro será apresentado nesta sexta em BH
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) apresenta nesta sexta, seu novo lançamento, o Fiat Mobi, ao governador Fernando Pimentel, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. O carro foi projetado, desenvolvido e será produzido em Minas Gerais. A fábrica da Fiat em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, está prestes a completar 40 anos, e passa por amplo processo de modernização. O carro será apresentado pelo presidente da FCA, Stefan Ketter.
Em São Paulo, o executivo disse que o Mobi deve fazer parte da estratégia de exportação. O grupo pretende destinar cerca de 30% da produção do veículo no Brasil para o mercado externo. Os embarques devem começar nos próximos dois meses, tendo a Argentina como primeiro destino. O foco nas exportações pode ajudar a Fiat a reduzir a ociosidade da sua produção. Hoje, a fábrica de Betim utiliza 60% da capacidade instalada, de cerca de 800 mil unidades por ano.
Do Jornal o Tempo (Com Agências).