GM avalia esticar o lay off até setembro

Ampliar suspensão temporária do contrato com redução de salário depende da avanço da doença

Um dia depois de assembleia de trabalhadores da fábrica de São Caetano aprovarem proposta que prevê até quatro meses de lay off (licença de trabalho remunerada), a GM (General Motors), admitiu ontem a possibilidade de estender a medida pelo período de até cinco meses. O acordo que teve aval dos funcionários prevê ainda a redução nos salários entre 5% e 25%, com suspensão do contrato de trabalho.

De acordo com a montadora, as medidas, que também incluem redução da jornada de trabalho de alguns funcionários, “terão duração inicial de dois meses com possibilidade de extensão a cinco, podendo ser canceladas em caso de retorno da demanda do mercado a uma situação de normalidade”, informou, em nota.

Segundo o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, a entidade trabalha com expectativa de quatro meses dentro da medida. Ainda não há um número fechado, mas a estimativa é a de que pelo menos 5.000 trabalhadores estejam com os contratos de trabalho pausados a partir do dia 13.

“A legislação prevê que o lay-off possa ser de dois a cinco meses. Então, existe esta perspectiva. Mas as conversas preliminares que tivemos com empresa falavam de dois meses, podendo ser prorrogada por mais dois. Estamos torcendo para que se normalize e Deus ajude que não precise de mais esse período”, disse o sindicalista.

A GM informou que o pacote, também aprovado pelos trabalhadores da fábrica em Gravataí, no Rio Grande do Sul, e do Campo de Provas de Indaiatuba, Interior do Estado, contempla “um programa de redução de jornada e salário para empregados que seguem trabalhando em home office, inclusive o presidente e toda a liderança, em diferentes percentuais. Para empregados até nível de gerência, uma hora a menos na jornada diária, com 12,5% de redução no salário bruto; para executivos de nível de diretoria e acima, o impacto será de 25% de redução no salário bruto”, afirmou a montadora.

O programa de lay-off, que impacta a maior parte dos empregados horistas e mensalistas de todas as área e níveis do Brasil, prevê redução salarial entre 5% e 25% do salário líquido, de acordo com faixa salarial. “No início das negociações nós pedimos licença remunerada, mas não houve perspectivas”, disse Cidão.

A GM ressaltou que as medidas são emergenciais, tendo como objetivo a preservação dos empregos, e que acompanha a evolução do cenário.

O governo anunciou MP (Medida Provisória) que regulamenta o corte de salário proporcional à redução de jornada (leia mais na página 6) nesta semana para a preservação dos empregos formais. O percentual pode chegar a 70%.

De acordo com Cidão, a entidade estuda se a medida é mais vantajosa para o trabalhador do que a atual suspensão, mas não descarta voltar a falar com a GM sobre o assunto.

As demais montadoras da região, que também estão com a produção paralisada, ainda adotam o esquema de férias coletivas ou folgas. Algumas, como a Volkswagen e a Toyota, já prorrogaram a medida. A Scania não descarta adotar outras ferramentas

O presidente do SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), Wagner Santana, o Wagnão, não descarta que as outras empresas recorram à medida. “Acredito que esta MP deva ser utilizada e inicialmente as empresas ainda estejam analisando, porque é algo muito novo”, afirmou.

FONTE: Diário do Grande ABC

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