GM prevê queda de 20% no consumo de veículos no Brasil em 2016

Se 2015 tem sido dramático para a indústria automobilística, 2016 poderá ser um ano ainda pior, com queda no consumo de veículos da ordem de 20%. Esse é o número que está sendo considerado pela General Motors (GM) para planejar os negócios do ano que vem, segundo informou nesta quarta-feira o diretor financeiro da montadora, Carlos Zarlenga.
As projeções da empresa apontam para a manutenção, em 2016, do ritmo aguardado para o último trimestre deste ano em taxa anualizada, o que significa algo ao redor de 2 milhões de veículos, ou 500 mil unidades a menos do que está sendo previsto para 2015.
“É o dado mais responsável que podemos usar como base de planejamento”, disse Zarlenga ao participar de congresso organizado pela agência Autodata sobre as perspectivas da indústria automobilística, em São Paulo. Pelas previsões da GM, o segundo semestre de 2016 deverá ser melhor do que a primeira metade do ano, mas a reação só deve vir mesmo a partir de 2017.
Por conta da perspectiva de recuperação no longo prazo e da expectativa do grupo de que a indústria global continuará sendo puxada por mercados emergentes, o executivo disse que a GM não vai mudar o plano de investir R$ 13 bilhões no Brasil até 2019. Esses recursos vão ser direcionados, principalmente, à renovação da linha de produtos, incluindo a entrada em novos segmentos do mercado, junto com a maior nacionalização de peças dos carros montados pela marca americana no país.
Apesar do momento de dificuldades – o consumo de veículos caiu quase 23% entre janeiro e setembro -, o diretor financeiro da GM, ao fazer uma análise sob perspectiva histórica, lembrou que a indústria automobilística brasileira cresceu a um ritmo anual médio de 5% nos últimos 30 anos. “Difícil encontrar no mundo desenvolvido e fora da China a mesma taxa de crescimento”, destacou.
Apesar do novo tombo aguardado para o ano que vem, as projeções da companhia apontam para um crescimento anual de 14% na média de 2016 e 2019. Nos anos seguintes, até 2026, a evolução no consumo de veículos no Brasil passará a ser de 4,3%. Ainda assim, as montadoras brasileiras, nas contas da direção da GM, terão que aguardar mais uma década para retomar patamares de 2012, quando as vendas passavam de 3,8 milhões de veículos.
Diante da deterioração da rentabilidade das empresas, Zarlenga avaliou que essa indústria terá que acelerar no ano que vem programas de contenção de gastos, ganhar produtividade e repassar ao consumidor o aumento que teve no custo de produção.
Segundo números apresentados pelo executivo da GM no congresso da Autodata, o custo de mão de obra subiu cerca de 11%, num momento em que o setor está operando com excesso de capacidade de 53%. Já o custo de logística teve alta de 9%.
Referindo-se a cifras de montadoras que divulgam resultados na região, como a própria GM, Zarlenga mostrou que a margem de lucro antes das despesas com dívida e impostos das subsidiárias na América do Sul ficou negativa em 8,1% em 2015. “Isso não é sustentável”, afirmou. Três anos atrás, a margem de rentabilidade passava de 4%.
 
Fonte: Valor Econômico

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