Governo prepara medidas para aumentar exportações de veículos
Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan, que se reuniu com representantes de bancos públicos em Brasília, ações incluem financiamento de autopeças e redução do imposto de importação
O governo federal está elaborando medidas para ampliar a exportação de veículos num momento de forte queda da produção do setor automotivo e voltará a negociar com as montadoras em 15 dias, informou o presidente da Anfavea. Luiz Moan se reuniu com autoridades e representantes de bancos públicos no Palácio do Planalto nesta quinta-feira.
— Entre os assuntos discutidos estão várias medidas adicionais à exportação — disse o dirigente da associação que representa os fabricantes de veículos.
Entre as medidas em análise pelo governo estão o financiamento por bancos públicos ao segmento de autopeças e a redução do Imposto de Importação em acordos comerciais específicos. O setor também pediu rapidez do governo nas negociações de acordo automotivo com Colômbia, Peru e Uruguai.
— Algumas medidas não foram analisadas em profundidade. Pedimos para que o grupo técnico aprofundasse essa análise — disse Moan.
Participaram do encontro com a Anfavea e montadoras nesta quinta-feira os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cuja participação no encontro era prevista, não esteve na reunião.
Uma fonte do governo que havia antecipado as medidas à agência Reuters informou que o governo queria rapidez na definição das ações para estimular as exportações e conter a queda na produção.
Responsável por boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do país, o setor automotivo encerrou o primeiro semestre com queda de 18,5% na produção, acima do ritmo previsto para o ano pela Anfavea, de 17,8%.
No fim de junho, o governo apresentou um Plano de Exportação sustentado em parte pela ampliação em US$ 2,9 bilhões dos recursos do BNDES Exim para pós-embarque neste ano. Também foi anunciado o aumento em US$ 15 bilhões ao limite para aprovação de novas operações do Fundo de Garantia às Exportações (FGE).
CÂMBIO FAVORÁVEL
Com a demanda interna enfraquecida pelo desaquecimento da economia, governo e montadoras vão buscar ajustar os estoques e conter a forte queda na produção com a ampliação das exportações num momento em que o câmbio está mais favorável às vendas externas.
Na época em que o governo anunciou o Plano de Exportações, a presidente Dilma Rousseff havia dito que o novo patamar de câmbio é um estímulo às exportações e que os recursos para ampliar o financiamento às exportações não seriam contingenciados mesmo num momento marcado por forte ajuste fiscal das contas públicas.
O Globo.