Impressões: novo Corolla preserva virtudes e evolui em segurança

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Mexer em time que está ganhando é sempre uma operação delicada. Sabendo disso, a Toyota não arriscou ao atualizar o Corolla, realizando alterações pontuais na dianteira, na traseira e no interior.

A maior novidade ficou mesmo na segurança: o sedã finalmente sai de fábrica com controles de estabilidade e de tração, acompanhados de assistente em rampas e sete airbags em todas as versões.

Após dirigir as versões XEi (intermediária que deve responder pela maior parte das vendas) e a renascida XRS (esportivada, com acessórios visuais mas a mesma mecânica), constatamos que as características mais valorizadas pelo público do Corolla – a direção confortável e rodar suave – continuam presentes.

Mesmo assim, as pequenas alterações realizadas pela Toyota surtiram efeito: a direção elétrica recalibrada ficou ligeiramente mais pesada, favorecendo quem aprecia uma condução menos anestesiada. A suspensão foi elevada em 5 mm devido à adoção das rodas aro 17, melhorando a absorção de impactos em pisos irregulares, mas com novas calibragens nos amortecedores dianteiros e traseiros.

O revestimento acústico foi aprimorado com a adoção de uma camada extra de isolamento na parede corta-fogo e a colocação de feltros nos painéis de porta. Na prática, ouve-se menos o trabalho do ruidoso câmbio CVT nas acelerações – uma característica comum a todas as transmissões continuamente variáveis, independente da fabricante.

O tão esperado controle de estabilidade faz sua estreia no Corolla nacional de maneira discreta: integrado à suspensão bem ajustada, ele só entra em ação se você realmente exagerar na velocidade de entrada em curvas, e de maneira suave, sem intromissões antecipadas. O resultado, no geral, é um carro mais esperto ao dirigir que a geração anterior, sem perder de vista o conforto típico dos sedãs da Toyota.

As opções de motorização não mudaram. Seguem em linha o 1.8 16V, de 144 cv/139 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 18,6 mkgf/17,7 mkgf a 4.800 rpm na versão Gli; e o 2.0 16V, de 154 cv/143 cv a 5.800 rpm e torque máximo de 20,7 mkgf/19,4 mkgf a 4.000 rpm nas demais configuraçnoes. A transmissão CVT simulando 7 marchas também não sofreu modificações, trazendo paddle-shifts atrás do volante nas versões XEi, XRS e Altis.

Mesmo sem turbo, injeção direta e outras tecnologias empregadas em alguns concorrentes, o conjunto mecânico ainda dá conta do recado – no último teste feito pela QUATRO RODAS, sempre com gasolina, o Corolla Altis acelerou de 0 a 100 km/h em 10,2 s, com médias de consumo de 11,5 km/l na cidade e 15,6 km/l na estrada. Nada de espetacular, mas dentro da média do segmento.

Internamente, o Corolla ganha um novo visor colorido de 4,2 polegadas entre os instrumentos, difusores laterais de ar-condicionado com formato arredondado e, nas versões mais caras, uma central multimídia Toyota Play com tela de 7 polegadas sensível ao torque.

Se a sensação de acabamento mais requintado é maior nas versões XRS (com revestimento inteiramente preto) e Altis (com opção de couro na cor creme), o Corolla ainda não se descolou totalmente do ar de carro barato em alguns detalhes, como os materiais de aspecto rústico e o veterano reloginho digital, agora localizado ao lado da tela multimídia.

Os preços do Corolla ficaram entre R$ 3 mil e R$ 4 mil reais mais caros, dependendo da versão – um aumento criticado, mas condizente com a oferta de novos equipamentos de série, lembrando que a Toyota não oferece opcionais para ele.

O GLi 1.8 CVT, que agora parte de R$ 90.990, briga diretamente com o Chevrolet Cruze LT 1.4 Turbo (R$ 91.790). O XEi 2.0 CVT (R$ 99.990) fica com preço equivalente ao Honda Civic EX 2.0 (R$ 98.400) e um pouco abaixo do Cruze LTZ (R$ 101.990). Já o Altis (R$ 106.990) chega no patamar do Civic EXL (R$ 105.900) e do Cruze LTZ 2 (R$ 111.890).

Veja abaixo conteúdo e preços de cada versão do Corolla 2018:

GLi (R$ 90.990): ar-condicionado manual, chave do tipo canivete, computador de bordo, direção eletrohidráulica, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, relógio digital (claro!), sistema de som com USB e Bluetooth, vidros e retrovisores elétricos, volante multifuncional, bancos de couro, 7 airbags, controles de estabilidade e tração, assistente para rampas.

XEi (R$ 99.990): tudo da GLi, mais ar-condicionado digital (uma zona), partida por botão, retrovisor interno fotocrômico, controle de velocidade de cruzeiro, faróis de neblina dianteiros, sensor crespuscular, computador de bordo com tela TFT colorida, sistema multimídia com tela de 7 polegadas, DVD, GPS, TV digital e câmera de ré, quatro alto-falantes e dois twetters.

XRS (R$ 108.990): acabamento interno na cor preta, aerofólio traseiro com luz de freio de leds, saias laterais, spoilers, ponteira do escapamento cromada, faróis de leds com ajuste de facho, rodas diamantadas aro 17.

Altis (R$ 114.990): tudo da XEi, mais ar-condicionado digital dual zone, sensor de chuva, banco do motorista com regulagens elétricas, revestimento de couro cor linho claro, retrovisores externos retráteis eletricamente, faróis de leds com ajuste de facho, rodas diamantadas aro 17.

Por Vitor Matsubara, da Revista Quatro Rodas.

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