‘Inimigo’ da camada de ozônio. Elétrico a bateria pode não ser a solução final para a mobilidade
O carro elétrico a bateria pode não ser a solução para o futuro da mobilidade individual. A tecnologia, dependendo do local em que é usada, não resolve o problema da agressão à camada de ozônio, de acordo com especialistas.
De acordo com estudos conduzidos pela subsidiária brasileira da sistemista alemã Mahle, na Bolívia, em que quase 65% da energia elétrica é gerada por combustíveis fósseis, o carro 100% a eletricidade emite 32,5 toneladas de gás carbônico equivalente em dez anos. Já o a gasolina gera 31,3 toneladas.
O CO2 é o principal responsável pela degradação da camada de ozônio e consequente efeito estufa. Mesmo não emitindo nenhum gás, o carro elétrico tem uma pegada de carbono alta. Ela começa em seu processo de produção; o das baterias é bastante poluente.
Depois, se estende durante o uso. O elétrico não polui, mas sua energia é obtida a partir de um processo de produção que, em diversos países, é dependente da queima de combustíveis fósseis.
No Brasil, em que 85% da matriz energética é renovável (um dos maiores percentuais do mundo), a pegada de carbono do ciclo de um elétrico é bem menor, de acordo com o estudo da Mahle: 17,6 toneladas por dez anos. Ainda assim, é superior à do etanol (12,1 toneladas/10 anos).
“O futuro é elétrico na mobilidade na Europa e na Ásia”, afirma Everton Lopes, mentor de energia a combustão da SAE Brasil. “Mas em países como Brasil, Índia e Estados Unidos, a total eletrificação é coisa para um futuro distante.”
O especialista diz também que, ao contrário do que vem sendo defendido pela maioria das montadoras, especialmente as europeias, o elétrico a bateria deve ser apenas uma transição. “A bateria não é a solução final, pois não resolve o problema ambiental. A melhor resposta para o futuro é o veículo elétrico a célula de combustível”.
Fonte: UOL