Mobi Like On é a aposta essencialmente urbana da Fiat
Com preço inicial de R$ 42.300, a nova variante torna o subcompacto da montadora italiana completo
A atual situação do mercado automobilístico não nega. Mudanças são necessárias para vender. E a aplicada pela Fiat no seu line-up foi a criação de um novo carro de entrada, com proposta focada no consumidor das grandes cidades, representada pelo Mobi.
Sua proposta exclusivamente urbana fica mais evidente na versão Like On. Com preço inicial de R$ 42.300, a variante torna o subcompacto completo.
Apesar de ser um lançamento, o Mobi não é muito inovador. Concebido na mesma plataforma do Uno, tem medidas mais enxutas para não concorrer diretamente com o segmento superior: são 24 cm a menos no comprimento, 4 cm a menos na largura e 7 cm a menos no entre-eixos. A única medida em comum é a altura: 1, 49m para ambos.
O motor é o velho e conhecido 1.0 Fire, há 14 anos no mercado. O câmbio manual de cinco marchas uma atualização do câmbio utilizado pelo Palio nos anos 1990.
De diferente, o Mobi tem sua proposta. Trata-se de carro pequeno e que custa menos que os cocorrentes. Seu design foi projetado para parecer maior. A frente é alta, os faróis são compridos e os vincos da caixa de roda chamam atenção, assim como as lanternas e a tampa do porta-malas de vidro.
Sua abrangência é para um público específico. O Mobi busca ser o carro ideal para o dia a dia, o primeiro carro de alguém ou o segundo carro de uma família. Uno e Palio têm mais vocação para serem o principal carro da casa. A ideia é a mesma que a Volkswagen aplicou com o Up, Gol e Fox.
Em termos de dimensão, fica claro o embate direto com o subcompacto da Volkswagen, o Up. Porém, a Fiat mira concorrentes das versões mais em conta de modelos maiores como Chevrolet Onix, Volkswagen Gol e Fox, Ford Ka, Nissan March e Renault Sandero.
No entanto, nem tudo são flores. Apesar de ter emplacado 3.604 unidades em julho, à frente inclusive do Volkswagen Up, que teve 3.407 exemplares comercializados, a julgar pelos números de julho, quem mais parece ter perdido vendas com a chegada do Mobi foi o Uno. Foram apenas 2.950 vendas, menos da metade das conquistadas no mesmo mês do ano passado, quando emplacou 6.162 unidades.
Por R$ 42.300, a versão Like On traz tudo o que é essencial em um carro urbano: vidros e travas elétricos, computador de bordo, chave telecomando, console central longo com porta-copos para os passageiros do banco traseiro, limpador e desembaçador traseiro, cintos de segurança dianteiros ajustáveis em altura, maçanetas e retrovisores externos pintados na cor da carroceria, grade dianteira pintada em preto brilhante, comandos internos para abertura do bocal de combustível e do porta-malas, rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina, banco do motorista com regulagem de altura, retrovisores elétricos com Tilt Down e repetidores de direção, apoio para o pé esquerdo do motorista, porta-óculos, sensores de estacionamento, alarme e rádio com comandos no volante.
Impressões ao dirigir
Simplicidade cômoda
A falta de inovações aplicadas pela Fiat joga contra o Mobi. O motor é o antiquado 1.0 Fire, tão antigo quanto o câmbio de cinco marchas adotado no modelo. Isso não significa que o conjunto não funcione bem, mas tira prestígio de um lançamento, onde espera-se encontrar pelo menos alguma novidade.
São 73/75 cv e torque de 9,5/9,9 kgfm com gasolina/etanol, suficientes para mover os 946 kg do modelo. O escalonamento das marchas é bom, mas os engates são longos e imprecisos. Para situações que não demandam um desempenho primoroso, como o trânsito das grandes cidades, o funcionamento é honesto. Para utilizar o máximo do seu desempenho, reduções de marchas são obrigatórias para que se atinja o torque máximo, que só aparece na casa dos 4 mil rpm.
Durante a avaliação, o consumo não passou de 8 km/l com etanol. Não impressiona por se tratar de um carro novo e com proposta urbana. Poderia ser melhor se utilizasse um motor de três cilindros, como o Volkswagen Up.
Apesar do tamanho compacto, a Fiat aplicou técnicas no design do modelo para dar a impressão de ser um carro maior. Os faróis e lanternas são grandes e deixam o pequeno Fiat com uma aparência esquisita, bem diferente do que acontece na própria Fiat, com o Uno e o 500, por exemplo.
A tampa do porta-malas é de vidro preto, artifício para dar um certo requinte ao modelo, semelhante ao utilizado no Up vendido na Europa, mas que a Volkswagen cortou no Brasil pelo custo. E a simplicidade se mostra novamente na tampa de vidro, que inevitavelmente fica marcada de dedos pela ausência de uma lingueta junto do miolo da chave. Para proteger a tampa, há uma saliência no para-choque.
O conjunto de suspensão absorve bem as irregularidades do solo e é focado no conforto, com rodar bem macio. Há rolagem da carroceria em curvas acentuadas, mas dentro do padrão do segmento e nada que afete a segurança. Em manobras, o tamanho enxuto do Mobi é um trunfo. A direção hidráulica tem peso correto e ajuda nos movimentos. O “X” da questão fica por conta do interior.
Os acabamentos são de plástico, comuns no segmento, e não apresentam falhas no encaixe, muito menos rebarbas. Obviamente reduzido, o espaço no habitáculo é comprometido, principalmente no banco traseiro.
No lugar central, o cinto de segurança é apenas abdominal. Ao volante, pessoas com mais de 1,80 m praticamente inutilizam o banco traseiro, por conta do pequeno espaço para as pernas. A mala, com capacidade de apenas 215 litros, comporta no máximo duas mochilas grandes, com algum aperto.
Ficha técnica
Fiat Mobi
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro. Injeção multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência: 73/75 cv com gasolina/etanol a 6.250 rpm.
Torque: 9,5/9,9 kgfm com gasolina/etanol a 3.850 rpm.
0-100 km/h: 13,8 segundos.
Diâmetro e curso: 70,0 mm X 64,9 mm. Taxa de compressão: 12,15:1.
Velocidade máxima: 153 km/h.
Suspensão: Mc Pherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores, amortecedores hidráulicos e telescópicos de duplo efeito e mola helicoidal. Traseira com eixo de torção com rodas semi independentes, amortecedores hidráulicos e telescópicos de duplo efeito e mola helicoidal. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 175/65 R14.
Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. Freios ABS com EBD. Não oferece controle eletrônico de tração.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,57 metros de comprimento, 1,63 m de largura, 1,49 m de altura e 2,30 m de distância entre-eixos. Airbags frontais.
Peso: 946 kg.
Capacidade do porta-malas: 215 litros.
Tanque de combustível: 47 litros.
Produção: Betim, Brasil.
Itens de série:
banco traseiro bipartido, para-choques pintados na cor da carroceria, Lane Change, rodas de 13 polegadas com calotas, retrovisores com comando interno e para-sol com espelho para o passageiro, ar-condicionado, direção hidráulica, volante com regulagem de altura e rodas de 14 polegadas, vidros e travas elétricos, predisposição para rádio, computador de bordo, chave telecomando, console central longo com porta-copos para os passageiros do banco traseiro, limpador e desembaçador traseiro, cintos de segurança dianteiros ajustáveis em altura, maçanetas e retrovisores externos pintados na cor da carroceria, grade dianteira pintada em preto brilhante, comandos internos para abertura do bocal de combustível e do porta-malas e revestimento do porta-malas, rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina, banco do motorista com regulagem de altura, retrovisores elétricos com Tilt Down e repetidores de direção, kit Comfort (apoio para o pé esquerdo do motorista, porta-óculos e alças de segurança), sensores de estacionamento, tecidos diferenciados em duas cores com costuras brancas, alarme e rádio com comandos no volante.
Preço: R$ 42.300.
Fonte: o liberal