Montadoras tradicionais precisam correr para sobreviver
Cúpula do Clima da ONU mostrou que o cerco às emissões e às montadoras vai se fechar cada vez mais
A Assembléia Geral da ONU deu voz à Greta Thunberg. Uma sueca de 16 anos que, em meio a olhos marejados e raiva incontida, discursou contra o que, segundo ela, virá a ser o extermínio de nosso mundo por meio do descuido com as questões ambientais. Se isso vai mesmo acontecer, e em quanto tempo, é uma resposta que apenas os melhores cientistas podem dar.
Mas trazendo o assunto para o mundo automotivo, o que parece estar em curso é o extermínio das marcas tradicionais de automóveis. Sem lucro em muitos mercados e tendo que investir toneladas de dólares e euros para transformar suas linhas em algo mais verde, as marcas estão estranguladas pelos governos e pelos consumidores.
Como se já não bastasse o sucesso da Tesla, a Amazon agora comprou 100 mil unidades do SUV da Rivian nos Estados Unidos. É uma sinalização de que a marca poderá decolar. A grande vantagem dessas empresas que fazem carros puramente elétricos é que elas já chegam dentro do “jogo”. Sem um lastro de projetos de produtos a combustão para pagar e investidores para saciar no curto prazo.
E há mais para chegar. Parece que os projetos esfriaram, mas não demora muito para termos modelos do Google e do Uber nas ruas. Todos elétricos e autônomos. Diante deste quadro, as montadoras tradicionais reclamam que não têm mais dinheiro para investir em carros elétricos. E que os governos precisam rever as metas de emissões dos próximos acordos.
Também jogam para o consumidor a iniciativa de gastar mais para comprar os elétricos, para afrouxarem a corda no pescoço das montadoras. Se depender dos governos e do consumidor, este nó vai continuar apertado.
Fora isso, o mercado chinês começa a se consolidar como polo de desenvolvimento de veículos a bateria. Eles já são realidade em Xangai e Pequim. E em algumas outras cidades “menores” de 10 milhões de habitantes ou mais.
Montadoras chinesas já são fortes em elétricos
Analistas de mercado, como os da corretora global Bernstein, já apontam que daqui há 10 anos muitas empresas tradicionais poderão estar nas mãos de chinesas total ou parcialmente. Como já ocorre hoje com a Volvo, Peugeot, Citroën, Opel e Lotus.
Esse quadro mostra que é bom as montadoras tradicionais apertarem o acelerador nesta migração para a eletrificação. Pois projetos que hoje estão marcados para 2025 podem chegar tarde demais ou mais defasados. E os clientes, que estarão mais acostumados com compartilhamento, automação e outras tecnologias deste tipo, poderá não mais dar preferência a modelos da Volkswagen, Ford, GM e FCA, por exemplo, em detrimento das novatas.
FONTE: Jornal do Carro