Com R$ 80 milhões, Maestro Frotas vai alongar dívida
A Maestro Frotas, especializada na terceirização e gestão de veículos para empresas, levantou RS 80 milhões em junho, via emissão de debêntures. Os recursos vão ser usados para aumentar a frota e alongar a dívida da companhia.
A dívida líquida da empresa, ao fim de 2017, era de RS 61,1 milhões, 5% mais que em 2016. A receita chegou a R$ 74,5 milhões, um crescimento de 18% sobre o ano anterior.
“Em vez de ir banco a banco captando recursos a cada contrato fechado, vimos a oportunidade de levantar de uma só vez todo o investimento necessário para o ano”, diz o diretor administrativo, financeiro e de relações com investidores da Maestro Frotas, Carlos Alves. “A gente já havia captado antes, somos listados em bolsa, então já temos a estrutura para a captação pronta”, disse. As debêntures não conversíveis em ações têm prazo de quatro anos, sem carência, com remuneração mensal, pagando a taxa de CDI mais 4,5% ao ano.
Essa é a segunda emissão de debêntures da empresa, que em fevereiro de 2015 havia emitido R$ 62 milhões c0m prazo de cinco anos e taxa de CDI mais 4,25% ao ano. Antes, em maio de 2014, a empresa havia recebido aporte de R$ 21,2 milhões em uma rodada de investimentos liderada pelo fundo de private equity Stratus, que tem 77% do capital da Maestro.
“Nosso foco hoje está em ganhar escala e elevar o retorno sobre o ativo”, diz o presidente e sócio da Maestro, Fabio Lewkowicz. Segundo ele, esse plano passa pelo aumento da frota e pela busca de um tíquete médio dos carros locados mais elevados. “Queremos aumentar a participação de contratos para locação de carros executivos e de caminhões. Hoje, nosso pipeline [carteira de contratos em negociação] já tem 10% formado por caminhões”, diz Lewkowicz.
O faturamento do ano passado foi puxado pela receita de revenda de veículos seminovos, que aumentou 46% e respondeu por vendas de RS 32,8 milhões, ou 40% do faturamento total. O lucro líquido, de RS 367 mil, mostrou forte queda ante o ganho de RS 12,8 milhões em 2016, impactado por um efeito não recorrente da reavaliação de ativo diferido.
“Neste ano de 2018 estamos crescendo mais que o esperado”, disse o presidente da Maestro. “Nosso pipeline potencial é de seis mil veículos”. A frota da empresa em contratos soma 2,5 mil carros. A Maestro também planeja ampliar a locação a motoristas de carros c0mpartilhados como Uber, Cabify e 99. Este segmento já é explorado por concorrentes com0 Localiza, Locamérica e Movida.
Lewkowicz disse que busca aquisições com0 forma de acelerar o crescimento, mas não encontrou nenhum alvo adequado ao modelo de negócio da empresa. “Não queremos empresas que tenham balcão [locação no varejo), que atenda setor público ou que tenha uma dependência grande de um único cliente”, disse. “Já conversamos com mais de 50 empresas. Mas seguimos em busca de oportunidades”.
Segundo dados da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), as empresas de locação de automóveis cresceram 12,3% em faturamento bruto em 2017 ante 2016, atingindo vendas de RS 15,5 bilhões. O número de locadoras no país aumentou de 11,2 mil para 11,5 mil, de acordo com a entidade.
Fonte: Valor Econômico | Por João José Oliveira | De São Paulo – 03/07/2018 às 05h00