Locadoras integradas com a mobilidade urbana
Paulo Miguel Júnior – Presidente do Conselho Nacional da ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis)
A locação de veículos já é um grande “player” de mobilidade, uma vez que o nosso setor é pioneiro naquilo que hoje se convencionou chamar de compartilhamento. Desde que começamos a atuar no Brasil, trabalhamos exatamente compartilhando o uso de veículos entre diferentes motoristas, valorizando o uso em relação à posse de frotas próprias.
Em 2018, para que possamos colaborar ainda mais com novas soluções de mobilidade, é fundamental que as taxas de juros entrem em curva descendente, assim como a produção de veículos siga crescendo. Dependemos de crédito e de oferta de veículos para a ampliação da nossa frota, que provavelmente já ultrapassou a marca de um milhão de veículos no Brasil.
As estatísticas que anualmente são apuradas pela ABLA e pelo Serpro, que é a principal empresa pública de tecnologia da informação do mundo, por enquanto continuam se referindo exclusivamente às empresas cuja atividade principal é a locação de veículos (com ou sem condutor). Porém, vamos investir para ampliar esse critério e incluir estatísticas inéditas, como o total da frota e os emplacamentos feitos também por empresas que alugam veículos como atividade complementar ao seu ‘core business’.
Boa parte das empresas que têm como atividade principal a construção civil, a prestação de serviços públicos, as transportadoras e as empresas de segurança patrimonial, entre outras, também têm CNAE (embora não seja o CNAE primário) de locação de veículos. Portanto, estão aptas a alugar veículos e, sendo assim, também fazem parte do nosso setor.
Levantamentos preliminares, feitos por amostragem a respeito do tamanho da frota dessas empresas, dão sinais sobre a dimensão do setor de locação: se já fosse utilizado o critério da inclusão de veículos de 100% das empresas aptas e legalizadas com CNAE de locação de veículos, os números de 2017 já mostrariam uma frota total superior a um milhão de unidades no setor de locação.
Mesmo diante das incertezas da economia, estamos trabalhando com a possibilidade que é real, de que as locadoras terão maior movimento para essa grande frota em 2018. Nosso setor pode e vai gerar benefícios para a mobilidade, bem como contribuir com a geração de mais empregos. Sabemos que as novas gerações estão se preocupando mais com o uso do que com a posse e, por isso, queremos difundir muito mais a cultura da locação de veículos e trabalhar por uma aproximação com montadoras e entidades que possibilitem o desenvolvimento de novos negócios. Temos certeza de que, integrados, não haverá força contrária capaz de segurar o nosso setor e a nossa capacidade para colaborar com soluções que o transporte do Brasil ainda tanto precisa.