Lojas descentralizadas e tecnologia: a trilha do crescimento da Movida
Por Larissa Coldibeli
Após abrir capital em fevereiro de 2017, a Movida fortaleceu seu modelo de negócio e atingiu resultados invejáveis para um ano tão conturbado na economia. Além dos investimentos em estrutura e governança corporativa, a inovação e a tecnologia tiveram papel fundamental nos números.
A receita bruta total da empresa cresceu 34%, chegando a R$ 2,6 bilhões em 2017, dos quais R$ 903,2 milhões são do segmento rent a car (crescimento de 31,8%) e R$ 231,3 milhões na operação de gestão e terceirização de frotas (aumento de 12,2%). No segmento de seminovos, a expansão foi de R$ 39,8% na receita em relação ao ano anterior, atingindo R$ 1,4 bilhão de receita bruta. Mas o maior crescimento foi no lucro líquido: 104,4%, com valores absolutos de R$ 65,7 milhões.
Para entender o caminho trilhado pela empresa, o Brasilturis entrevistou com exclusividade o CEO Renato Franklin, que apontou o aumento da capilaridade como importante para o crescimento. “Abrimos lojas em locais de alta densidade demográfica que não eram explorados pelas locadoras, como regiões afastadas dos grandes centros. Essas lojas, assim como as outras, tiveram bom desempenho, passando de 192 carros por loja para 241, em média”, afirma.
Alguns exemplos de lojas descentralizadas são a de São Miguel Paulista, em São Paulo, a de Madureira, no Rio de Janeiro, e de Itaquaquecetuba (SP).
Outra inovação, segundo Franklin, foi o aluguel mensal para pessoas físicas, diminuindo o custo e a burocracia. “As pessoas estão fazendo contas e vendo que sai mais barato alugar um carro do que comprar um. O aluguel mensal junto com as lojas descentralizadas atraíram a classe C para este mercado”, diz.
A empresa possui também soluções específicas para aplicativos de transporte, como Uber, Cabify e Lady Driver, empresa só com motoristas mulheres. Esta última fez parte do programa Movida Labs, que apoia negócios iniciantes e inovadores que possam contribuir para o desenvolvimento da empresa.
Tecnologias que facilitam a venda
No quesito tecnologia, a empresa conseguiu um grande diferencial, desde o final de 2017, com o pré-pagamento online no site.
“Conseguimos ser mais competitivos em preço para quem paga antecipado e levamos mais comodidade ao cliente, pois é uma coisa a menos para se fazer na loja. Isso vai transformar a indústria de aluguel de veículos. Já é assim na aviação e na hotelaria, não tem por que ser diferente na locação de carros. Isso evita o no show em reservas e facilita a operação”, declara.
Para 2018, a empresa pretende desenvolver ainda mais suas tecnologias, com melhorias no aplicativo, no chatbot de atendimento pelo Facebook e também no uso de big data.
“No início do ano, investimos em uma ferramenta mais robusta de big data com robô de inteligência artificial e novos algoritmos para precificar de forma mais justa o cliente de cada localidade e melhorar vendas. Assim caminhamos para a personalização do serviço e do atendimento”, diz Franklin.