Volkswagen ganha mais participação; Hyundai sobe do 7º ao 4º lugar
Em um cenário fortemente impactado pela pandemia de coronavírus, todas as dez marcas de veículos leves mais vendidas do País fecharam o primeiro semestre com expressiva retração nas vendas na acima de 34%, na comparação com a primeira metade de 2019. Das dez, cinco (GM/Chevrolet, Ford, Renault e Toyota) registraram queda acima da média do mercado (de 39%) e as outras cinco tiveram desempenho ligeiramente melhor (Volkswagen, Fiat, Hyundai, Jeep e Nissan).
A marca que mais ganhou participação de mercado no período foi a Volkswagen, com avanço de 1,26 ponto porcentual sobre o primeiro semestre de 2019, subindo para 16,3% no acumulado de janeiro a junho. Apesar da queda nas vendas de 33,7% no período, com 124,2 mil unidades emplacadas, a marca se manteve na segunda posição do ranking de marcas e teve desempenho melhor do que a média, com ajuda relevante da performance de mercado do T-Cross, que foi o nono carro mais emplacado na soma dos seis meses e em junho subiu ao posto de terceiro mais vendido.
A Hyundai foi a marca que mais escalou degraus no ranking, foram três, subindo da sétima posição na primeira metade de 2019 para a quarta agora. Para isso foi suficiente um pequeno ganho de 0,32 ponto de participação, para 8,3%. Dos 63,3 mil Hyundai emplacados de janeiro a junho (queda semestral de 36,4%), 94% deles foram da família HB20 (hatch e sedã) e do Creta produzidos em Piracicaba (SP). Ambos tiveram performances relevantes: o hatch HB20 se consolidou como segundo carro mais vendido do País no semestre, enquanto o SUV Creta foi o 14º, mas fechou o mês de junho na nona colocação.
“Quando o mercado automotivo sofre com a retração da economia e o volume cai para todas as marcas, a Hyundai cai menos. Entendemos que isso é um atributo de nossos produtos, que acabam sendo a escolha daqueles que seguem comprando, de maneira mais racional, considerando o retorno do investimento, a garantia mais longa de cinco anos, a qualidade e a tecnologia embarcada”, justifica Angel Martinez, vice-presidente comercial da Hyundai Motor Brasil.
GM/CHEVROLET “COLA” NA PRIMEIRA POSIÇÃO |
Apesar da queda nas vendas de 39,5% no primeiro semestre e da perda marginal de 0,16 ponto porcentual de participação de mercado, a GM/Chevrolet permaneceu “colada” com boa margem no topo do ranking de marcas mais vendidas, com share de 17,6% e 134,4 mil emplacamentos. O Onix continua sendo o carro mais vendido do País e a versão sedã Onix Plus subiu para a terceira posição no primeiro semestre. Os dois responderam por 68% das vendas da marca no período. Paralelamente, o SUV Tracker que começou a ser fabricado no Brasil, lançado em março passado, está galgando posições rapidamente: fechou junho como quinto veículo mais emplacado.
Fixada já há alguns anos no terceiro lugar do ranking, a Fiat registrou queda de vendas menor que a média do mercado, com retração de 36,4% e 109 mil emplacamentos, com o segundo maior ganho de participação, de 0,56 ponto, para 14,3% no primeiro semestre. Strada (recém-renovada) e Toro seguiram sustentando o resultado da marca, como primeira e segunda (respectivamente) picapes mais vendidas do País – cada uma vende volumes parecidos com os do harch Argo, o automóvel mais emplacado da Fiat no período e sétimo na lista de carros mais demandados.
Mantendo a mesma quinta posição que tinha no primeiro semestre de 2019, sem nenhum lançamento relevante a Ford emplacou 60,5 mil veículos em seis meses, o que representou queda de 41,6%, pior do que a média de mercado, com perda de 0,37 ponto de participação, para 7,9% no período. O Ka vem perdendo posições nos últimos meses, mas fechou os seis primeiros meses de 2020 como quarto carro mais vendido do País. Mais relevante foi o desempenho da Ranger (renovada há um ano), que em junho foi a picape média mais emplacada, poucas unidades à frente da Toyota Hilux.
RENAULT PERDE MAIS NO SEMESTRE |
Na sexta posição do ranking está a Renault, marca que mais perdeu participação no semestre, com redução de 1,18 ponto, para 7,86%, com quase 60 mil unidades emplacadas e queda nas vendas semestrais de 46,8% – bastante acima da média de retração de 39% do mercado. O Kwid foi o sexto carro mais vendido no período, enquanto o Sandero perdeu muitas posições, caiu para a 16ª.
A Toyota perdeu meio ponto de participação nas vendas do semestre, que baixou para 7,7%, o que fez a marca descer da sexta para a sétima posição no ranking, com 58,8 mil emplacamentos e recuo de 42,6% – também bastante acima da média do mercado. O sedã médio Corolla, que sempre figura entre os dez carros mais vendidos do País, nos seis meses de 2020 desceu para a 13ª colocação, o que pode ser explicado pelos três meses de paralisação da linha de produção em Indaiatuba (SP), por causa da pandemia.
A Jeep conseguiu subir da nona para a oitava posição do ranking, com 38,5 mil emplacamentos, queda semestral na vendas de 37% e ligeiro ganho de 0,14 ponto de participação, estabilizado em 5%. Em junho a marca colocou seus dois SUVs produzidos em Goiana (PE) entre os dez veículos mais vendidos do País, com Renegade em quarto e Compass em décimo.
Também com a produção no País paralisada por cerca de três meses e baixa ambição para cuidar do caixa, a Honda desceu da oitava para a nona posição do ranking semestral, com a segunda maior perda de participação entre as marcas, de 0,68 ponto, para 4,5%, com a venda de 34,3 mil veículos, o que representou recuo expressivo de quase 47% na comparação com o mesmo período de 2019. O modelo mais vendido da marca no semestre, o HR-V, ficou em 17º lugar no acumulado de emplacamentos de seis meses de 2020.
A Nissan conseguiu sustentar sua décima posição no ranking, com 28,8 mil emplacamentos, em queda de 34,5% sobre o primeiro semestre de 2019 e pequeno ganho de 0,25 ponto de participação, para 3,77%. Seu modelo mais vendido, o Kicks, foi o 15º mais emplacado do País no período.
Logo abaixo das dez marcas mais vendidas do mercado, e prestes a entrar nessa lista, destaque para o desempenho da Caoa Chery, a que teve a menor redução de vendas no semestre, de 13,3%, com 8,5 mil emplacamentos, o que pavimentou o caminho para subir da 14ª para a 11ª posição do ranking, com ganho de 0,29 ponto de participação, para quase 1% (0,97%).