Novos resultados do LatinNCAP expõem ainda mais a GM
Resultados mostram que algumas montadoras oferecem níveis perigosos de segurança, produzindo veículos para a América Latina diferentes dos vendidos na Europa e EUA.
O veículo Chevrolet Sail, muito comum na América Latina e Caribe, obteve zero estrela na proteção de adultos
Os últimos resultados dos testes de colisão do Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCAP) continuam a expor alguns fabricantes de carros que oferecem níveis perigosos de segurança com risco de vida aos ocupantes, assim como o avanço de outros. Estes resultados são os primeiros das avaliações feitas com o novo e mais exigente protocolo apresentado recentemente. Foram dadas três estrelas para a proteção do ocupante adulto para a pick up Ford Ranger e uma decepcionante zero estrela para o Chevrolet Sail quanto à proteção do ocupante adulto.
O Chevrolet Sail é um sedã compacto muito popular no mercado da América Latina e do Caribe. A unidade testada pelo Latin NCAP foi produzida na China e montada na Colômbia. O Sail obteve zero estrela na proteção do ocupante adulto e duas estrelas em relação à proteção do ocupante infantil. A estrutura desse veículo foi catalogada como instável, não sendo capaz de suportar cargas maiores. O motorista apresentava lesões de risco de vida na cabeça e no peito. O peito do passageiro mostrou compressão próxima do limite permitido. As lesões do motorista explicam a zero estrela e, portanto, o impacto lateral não foi realizado. O Sail proporciona ancoragens ISOFIX para os sistemas de retenção infantil (SRI) utilizados no teste que, combinados com os SRI, oferecem uma proteção razoável às ocupantes crianças. Contudo, o Sail não conta com cintos de três pontos em todas as posições, impedindo que esse modelo ganhe pontos como os obtidos em outras características como as ancoragens ISOFIX. As instruções insuficientes, as falhas de instalação dos SRI e a ausência de cintos de três pontos em todos os bancos provocaram que o Sail perdesse pontos.
“Fico surpresa com o fato de continuarmos a ver modelos zero estrela por parte da Chevrolet no mercado latino-americano. Enquanto outros fabricantes mostram uma melhora no transcurso dos últimos cinco anos, os modelos da GM continuam a decepcionar. O Latin NCAP se comprometeu a ter veículos mais seguros na América Latina e vamos continuar a fazê-lo, informando os consumidores e assinalando as carências da GM, bem como de outros fabricantes de automóveis, até que haja uma alteração”, diz María Fernanda Rodríguez, Presidente do Latin NCAP.
A Nueva Ford Ranger que acabou de ser lançada, produzida na Argentina, alcançou três estrelas quanto à proteção do ocupante adulto e quatro estrelas em relação à proteção do ocupante infantil. A pick up foi submetida a testes de impacto frontal e lateral e, em ambos os casos, ofereceu boa proteção para os ocupantes adultos e infantis. A Ranger dispõe de ancoragens ISOFIX, cintos de três pontos em todos os assentos e a possibilidade de desativar o airbag quando instalado um Sistema de Retenção Infantil olhando para trás no banco do acompanhante. Infelizmente, a Ranger não conta com Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) como equipamento padrão, exigido como requisito pelo Latin NCAP. O teste de poste não foi feito. Esses dois motivos explicam por que a Ranger não obteve um melhor resultado quanto a proteção do ocupante adulto.
Para Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, o programa está preocupado pelos baixos níveis de segurança oferecidos pelos modelos da Chevrolet testados pelo Latin NCAP ao longo dos últimos cinco anos. “O Latin NCAP solicita veementemente à Chevrolet para que acompanhe o exemplo de Honda, Toyota ou VW, que oferecem níveis de segurança por cima dos requisitos mínimos governamentais na América Latina. Como líderes do mercado, a GM deveria fazer a mesma coisa”, esclarece.
Novos Protocolos de Avaliação
Em 2016, o Latin NCAP introduziu uma expansão significativa das avaliações dos veículos. Os requisitos são, agora, mais exigentes para conseguir melhores resultados de estrelas. Os veículos quatro e cinco estrelas precisam contar com ESC e ultrapassar o teste de rendimento. Os carros cinco estrelas são os que demostram um bom desempenho em impacto frontal, lateral, de poste e precisam ser aprovados nos testes ESC. Os veículos quatro estrelas têm que mostrar um bom desempenho em impacto frontal e lateral e passar no teste ESC. Todos os modelos devem ter um bom desempenho em impacto lateral, visando manter o mesmo nível proporcionado com o protocolo anterior. Os carros que mostrarem rendimentos zero estrela nos testes de impacto frontal ou lateral terão um resultado total de zero estrela. O impacto lateral conta, também agora, com SRI e dois dummies criança como no teste de impacto frontal, avaliados com o objetivo de comprovar a proteção oferecida às ocupantes crianças em impactos laterais.
Os próximos resultados de testes de colisão serão apresentados em junho.
Fonte: Portal do Trânsito