Número de licenciamentos deve subir 4% este ano, segundo Anfavea
A Anfavea, associação das montadoras de veículos, prevê que os licenciamentos de veículos leves e pesados ficarão em 2,13 milhões de unidades em 2017. Ante o ano passado, a alta seria de 4%.
“Esse seria o primeiro ano de crescimento após quatro consecutivos de queda”, disse o presidente da Anfavea, Antônio Megale. Considerando apenas veículos leves, a projeção é de um avanço também de 4%, para 2,07 milhões de unidades.
Além disso, a entidade estima em 2,4 milhões de unidades o nível de produção durante o ano, o que significaria aumento de 11,9%.
Para o segmento de leves, a previsão é de avanço em 11,3%, para 2,31 milhões de unidades.
Segundo Megale, a expectativa é que as exportações totalizem 558 mil unidades neste ano, ou seja, um crescimento de 7,2%. Considerando apenas veículos leves, a projeção é de alta em 7%, para 523 mil unidades.
Para o presidente da Anfavea, 2017 começou ainda com uma “série de dificuldades e instabilidades políticas”, e uma recuperação mais substancial é esperada para meados do ano. “O primeiro trimestre ainda é de fragilidade”, disse.
Algo que ajudaria a acelerar o crescimento das vendas, acrescentou Megale, é a oferta maior de crédito para o financiamento de veículos. Em novembro, a proporção de automóveis adquiridos por esse meio chegou ao menor nível da história, lembrou ele, e registrou leve recuperação em dezembro, para 53% do total.
“Acreditamos em aumento gradual desse índice. Com a convergência da inflação para a meta, os juros podem cair em maior velocidade e, à medida que isso ocorrer, entendemos que há chance de expansão do crédito”, afirmou.
Próximos anos
A entidade acredita que há espaço para um crescimento mais expressivo “em 2018 ou 2019”.
“O Brasil tem potencial para ser um dos cinco maiores mercados automotivos do mundo”, disse Megale. “É possível que no início da próxima década o nível se aproxime do recorde histórico.”
O ano em que o Brasil mais vendeu automóveis foi em 2012, com 3,8 milhões de unidades. Para 2017, é esperado patamar de 2,13 milhões de unidades.
Megale também comentou que 2017 promete ser um ano de pressão adicional de custos às montadoras. O preço dos insumos já subiu acima do valor dos veículos, argumentou, e recentemente foi anunciado novoreajuste de preços do aço.
Para montadoras, o contrato é anual e há dois anos não mudava. Agora, contudo, as siderúrgicas acertaram altas de 20% a 25% no preço de seus produtos para as fabricantes de veículos.
“Agora, quem mais sofre é o setor de autopeças, que não tem esse contrato de longo prazo”, disse o presidente da Anfavea. “A pressão de custos vai ser forte no ano, em um momento em que precisamos ganhar competitividade especialmente para manter as exportações em nível elevado.”
Fonte: Valor Econômico