Petrobras reduz novamente preços da gasolina e do diesel
Menos de um mês após reduzir os preços da gasolina e do diesel, a Petrobras anunciou nesta terça (8) novo corte. Desta vez, o preço do diesel nas refinarias vai cair 10,4%. Já o preço da gasolina será reduzido em 3,1%.
De acordo com a estatal, se o repasse às bombas for integral, o preço do diesel cairá 6,6%, a R$ 0,20 por litro. No caso da gasolina, o repasse seria de 1,3%, ou R$ 0,05 por litro.
A empresa diz que o reajuste reflete “a combinação de queda no preço do petróleo e derivados entre o dia 14/10 e hoje, que chega a 12,1% e a redução da participação da companhia nas vendas no mercado interno”. A
Petrobras também disse que a perda de participação nas vendas de combustíveis tem levado a uma redução de sua atividade de refino.
No dia 14 de outubro, a companhia anunciou queda de 3,2% no preço do diesel e de 2,7% no preço da gasolina. Na ocasião, a expectativa era de que o repasse às bombas fosse de R$ 0,05 por litro.
No entanto, dados coletados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) nos postos brasileiros não identificaram queda no preço do diesel nas bombas. No caso da gasolina, pelo contrário, houve aumento.
Distribuidoras e revendedores culparam a alta do preço do etanol anidro, que é misturado à gasolina vendida nos postos.
Na ocasião, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, chegou a dizer que o resultado foi “decepcionante”.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo, José Alberto Paiva Gouveia, preferiu ser cauteloso sobre a previsão do impacto nas bombas. “Precisamos ver que preços serão praticados pelas distribuidoras.”
POLÍTICA
O anúncio de dois cortes nos preços em menos de um mês é uma sinalização de que a Petrobras vai cumprir a promessa de reavaliar com maior frequência os valores de venda dos produtos.
Em outubro, quando anunciou a primeira redução desde 2009, a empresa comunicou ao mercado que estava colocando em prática uma nova política de preços.
O modelo atual prevê reuniões mensais para analisar os preços, em uma discussão que leva em conta os preços internacionais dos combustíveis, uma margem de lucro e a participação da estatal nas vendas no mercado interno.
A nova política de preços é vista pela direção da empresa também como um fator essencial para a atração de investimentos no setor de refino, incluído no seu novo plano de desinvestimentos.
Por Nicola Pamplona, do Jornal Folha de S. Paulo