Por que carro não é investimento
Dayse Freitas e Karina Ribeiro
O POPULAR (GOIÂNIA)
Ter um carro na garagem ainda é sonho de muitas pessoas. Contudo, sem saber que além do preço a se pagar no veículo e as condições de tráfego, há outros gastos que devem ser analisados.
O carro deve ser considerado como um filho ao entrar para a família e como tal deverá ser alimentado, limpo, ter um plano de saúde e ir ao médico regularmente. Além de poder surpreender com emergências que poderão ocorrer no dia a dia. De acordo com o simulador Investpedia, os gastos com umveículo por ano pode ser de R$ 10. 199, 13, ou deR$ 849,9 1 por mês, levando em considerações as despesas mais importantes.
É sempre importante ter em mente que os gastos com carro não se limitam à compra do veículo. O educador financeiro Estevão Daltro explica que é preciso fazer as contas com os gastos a médio e longo prazos e não apenas do valor da parcela do financiamento. Não se pode esquecer que um veículo gera grande impacto no orçamento financeiro das pessoas.
DESPESAS
“Não se pode iludir, há um conjunto dedespesas que devem ser calculadas, como por exemplo, o emplacamento do veículo, licenciamento, seguro, DPVAT, combustível, manutenção, gastos emergenciais, como as multas. É uma série de fatores que devem ser anotados antes de comprar umveículo”, afirma.
O educador financeiro orienta ainda que é preciso ter uma reserva destinada para a manutenção do veículo e analisar se essa é uma compra necessária. “É preciso verificar um carro que se encaixe no orçamento. Uma coisa é comprar umveículo como um instrumento de trabalho, outra é para deixar de andar de ônibus”, diz Estevão.
Um veículo que roda 1 mil quilômetros por mês gastará com combustível R$ 300,00, além de estacionamentos. Por isso, o economista e mestre em finanças Marcus Antônio Teodoro explica que, dependendo do estilo devida do condutor, fica mais barato contratar vans p ara fazer o transp orte escolar dos filhos e utilizar a prestação de serviços de taxistas com o intuito de diminuir os gastos mensais. “Indo no seu carro você gasta com combustível, estacionamento e ainda corre o risco se envolver em algum acidente. ”
DEPRECIAÇÃO
Ao contrário dos imóveis, os veículos começam a perder seuvalor assim que sai da concessionária e, por isso, estão longe de ser um investimento. Basta a virada de um ano para que o automóvel deprecie, em média, 20%. Na prática, um veículo de R$ 35 mil, valerá R$ 28 mil no segundo ano de uso.
“ O carro é um gasto, principalmente no cenário econômico em que o País se encontra. Além da dificuldade para compra, devido às taxas de juros, a depreciação do veículo é grande, o que gera prejuízos para o comprador a longo prazo”, afirma a presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores deVeículos Automotores de Goiás (Sincodive-GO), Shirley Luiza de Oliveira Leal.
Segundo especialistas, a compra deste bem durável só é vista como investimento quando é utilizada como geração de renda como táxi, locadora de veículo ou para vendas externas. Nesse caso, Estevão Daltro diz que as contas com os gastos mudam, porque o carro é instrumento de trabalho e gera renda.
“A pessoa não deve gastar mais de 70% do seu salário com o veículo, pois comprometerá o orçamento. Antes de comprar um carro tem que saber dos riscos de acumular dívidas e os gastos que terá de desembolsar mensalmente”, diz o educador financeiro.
Fonte: Jornal do Tocantins – Impresso – Flip