Programa de renovação da frota não será decidido rápido, diz Anfavea
A associação das montadoras (Anfavea) e outras 18 entidades ligadas à indústria de veículos entregaram ao governo, no fim do ano passado, uma proposta de renovação da frota brasileira. A ideia é criar algum tipo de incentivo para que donos de carros com mais de 15 anos de uso e de caminhões com mais de 30 possam comprar veículos mais novos.
O plano foi entregue ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), mas a Anfavea não acredita que haja aprovação no curto prazo.
“Há um ano e meio entregamos ao governo o plano de renovação da frota de caminhões, mas ainda não tivemos retorno”, explica o presidente da associação, Luiz Carlos Moan. “Como sabíamos que o governo faria uma análise bastante profunda (do plano para caminhões), decidimos incluir os veículos leves.”
A federação dos concessionários (Fenabrave) afirmou que, pela proposta, os interessados teriam seus veículos avaliados e receberiam uma carta de crédito em determinado valor, para usá-la na compra de um carro ou caminhão mais novo. Segundo a entidade, o plano poderia proporcionar vendas de 500 mil carros por ano. Em 2015, o Brasil teve queda de 26,5% nos emplacamentos de veículos novos.
De onde virá o dinheiro?
Não foram divulgados detalhes sobre valores de venda e de onde viriam os créditos. Segundo a agência Reuters, uma proposta listada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que participa da elaboração do plano, aponta a viabilidade por meio da criação de um seguro para “sustentabilidade veicular”, nos moldes do atual DPVAT pago pelos proprietários de veículos.
O pagamento desse seguro seria condição para o licenciamento do veículo. Os recursos formariam um fundo que seria responsável pelo dispêndio com o programa.
“São várias versões, várias análises foram feitas. Levamos (ao governo) os conceitos, a questão do fundo, falando: nós precisamos construir juntos. Precisamos que o governo se sinta à vontade de sentar conosco e discutir o fundo”, diz Moan, da Anfavea. “Se conseguirmos um programa de renovação que traga vendas incrementais, todo o imposto gerado nessas vendas é aumento de arrecadação para o governo.”
Segundo Moan, a renovação da frota é uma prioridade para a Anfavea há mais de 20 anos. “A idade média (da frota brasileira) é muito alta, principalmente a de caminhões: 250 mil têm mais de 30 anos. É um desperdício de produtividade”, completou o executivo.
Do G1
Foto: Reprodução EPTV.