Redução de IPI para veículos é mantida até dezembro
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira a manutenção da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Com isso, a alíquota para carros com motor 1.0, que deveria voltar a 7%, vai continuar em 3%. Para veículos como motor flex até 2.0, a alíquota retornaria para 11%, mas será mantida em 9%. As alíquotas deveriam voltar ao normal amanhã, 1º de julho. A manutenção das atuais tarifas foi prorrogada até dezembro.
A continuidade da tarifa menor foi anunciada após o ministro se reunir com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As montadoras têm sofrido com alto nível de estoques e reduziram em 18% a produção de veículos nas linhas de montagem em maio, na comparação com o mesmo mês de 2013.
Segundo Mantega, na reunião, que também contou com a participação da Fenabrave, foi feito uma avaliação sobre o setor neste primeiro semestre. De acordo com o ministro, “uma série de motivos, entre os quais, a questão do crédito”, influenciou negativamente o setor.
— Houve uma diminuição de crédito e um encarecimento nesse período e também no período mais atual — disse Mantega.
O ministro afirmou ainda que a Copa, “apesar de estar sendo um sucesso” e de ser boa para o país, tem impactos negativos no setor:
— Foram sete dias úteis a menos, o que influenciou as vendas. Temos que tomar as medidas para viabilizar um segundo semestre melhor.
Com a manutenção da alíquota reduzida do IPI, o governo vai deixar de arrecadar R$ 800 milhões e a renúncia fiscal no ano deverá ser de R$ 1,6 bilhão. Mantega ressaltou, no entanto, que não é uma renúncia propriamente dita, pois o governo já não estava arrecadando o tributo e já não contava com esse valor.
O presidente Anfavea, Luiz Moan, afirmou que a perda da arrecadação do governo só acontecerá se as vendas continuarem no mesmo patamar — e a expectativa é de que haja elevação nas vendas. Moan afirmou ainda que no ano passado, quando a alíquota do IPI passou a ser menor, “houve aumento de vendas e de arrecadação de PIS/Cofins e de emplacamentos”.
Do Zero Hora.