São Paulo terá rota de hidrogênio com ajuda da GWM
Estado terá pontos de abastecimento e usinas produzindo o gás a partir de fontes limpas como o etanol
A Great Wall Motors (GWM) planeja criar uma rota de veículos movidos a hidrogênio em São Paulo. O anúncio do projeto foi feito na terça-feira, 25, pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas, em evento na fábrica da empresa, em Iracemápolis, a 165 quilômetros da capital.
O projeto terá o apoio do governo por meio da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, a InvestSP, e servirá para a produção de hidrogênio obtido a partir de fontes limpas, sobretudo o etanol. A parceria também visa a criação de pontos de abastecimento nas extremidades da rota.
“Será uma revolução no transporte brasileiro. A tecnologia está aí e, com uma dose de incentivo, teremos usinas de etanol produzindo também o hidrogênio verde”, afirma o governador.
O presidente da InvestSP, Rui Gomes, também esteve na visita à fábrica: “A agência atuará na busca para desenvolver o ecossistema do hidrogênio obtido a partir do etanol, olhando todas as necessidades e também o processo de licenciamento ambiental.”
De acordo com Gomes, além de estabelecer a rota logística de implantação dos locais de abastecimento com hidrogênio, o projeto prevê a participação de universidades como USP, Unesp e Unicamp e a identificação de parceiros capazes de produzir e fornecer o hidrogênio.
O presidente da agência recorda que Shell e Raízen já têm um projeto piloto nesse sentido.
A rota de hidrogênio faz parte dos planos da GWM de se tornar neutra na emissão de carbono até 2045. “A GWM do Brasil pode inclusive contribuir para o atingimento dessa meta antes do prazo-limite por causa do protagonismo do Brasil na geração de energia elétrica renovável e forte vocação para a produção de biocombustíveis e hidrogênio verde”, afirma o CEO para as Américas da companhia, James Yang.
O valor a ser gasto na rota está incluído nos R$ 4 bilhões que a empresa colocará no Brasil até 2026. As rotas por onde passarão os veículos a hidrogênio serão definidas pelo governo e InvestSP.
Great Wall fornece célula de combustível
A fabricante de origem chinesa tem uma divisão chamada FXTX que produz as células de combustível a hidrogênio. Elas já equipam caminhões de outras marcas que operam, por exemplo, nos arredores de Pequim.
Para o Brasil, os caminhões a hidrogênio participantes do projeto terão a marca GWM e serão importados. Ainda não há previsão de produção local nem dos caminhões nem da célula a combustível.
Para a fábrica de Iracemápolis estão previstos inicialmente dois automóveis, um SUV e uma picape. A fábrica terá 2 mil colaboradores e pretende investir R$ 10 bilhões no Brasil, sendo os primeiros R$ 4 bilhões até 2026 e o restante até 2031.