Vendas de veículos novos no Brasil em 2018 devem crescer mais que este ano, diz Anfavea
As vendas de veículos novos no Brasil no próximo ano devem superar o crescimento esperado para 2017 pela associação de montadoras, Anfavea, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade, Antonio Megale.
“Todos os indicadores nos dão confiança de que a retomada (da economia) já chegou. O ano de 2018 ainda será de grandes desafios, mas podemos dizer que o crescimento será superior a 2017, voltaremos a níveis mais próximos de dois dígitos”, disse Megale em evento da revista Quatro Rodas, da editora Abril.
A Anfavea elevou este mês a estimativa de crescimento das vendas em 2017 para 7,3 por cento, de 4 por cento anteriormente, para 2,2 milhões de veículos.
Segundo Megale, a perspectiva de crescimento para 2018 em parte decorre da expectativa de um impulso maior da troca de veículos comprados durante o boom do mercado brasileiro em 2012, quando as vendas chegaram perto de quase 4 milhões de unidades.
“Os consumidores tinham hábito de trocar de carro a cada três anos no país, mas com a crise isso esticou para 4 a 5 anos. Agora tem um potencial de troca bastante grande (para 2018)”, disse Megale.
Ele comentou que as vendas diárias de setembro estão 5 a 6 por cento melhores que as de agosto, que ficaram em média em 9.100 veículos. “Semana passada superou 10 mil emplacamentos”, disse Megale, lembrando que no pior momento de 2017 os licenciamentos foram de 6,5 mil unidades por dia útil.
O presidente da Anfavea afirmou que o setor está aguardando posicionamento do governo federal sobre propostas do setor para “simplificação tributária”, com objetivo reduzir os custos atrelados à complexidade da estrutura de impostos. Ele evitou dar detalhes sobre a proposta, mas ressaltou que o pleito do setor não envolve renúncia fiscal.
Sobre o fim do regime Inovar Auto no final deste ano, Megale afirmou que a tendência é o governo aprovar uma redução na sobretaxa sobre veículos importados, de 30 para 10 por cento. “Está indo na direção de uma sobretaxa menor, não zero”, disse.
O governo federal tem até 3 de outubro para decidir sobre o assunto, se quiser que a nova taxa sobre os veículos importados passe a valer a partir do início de janeiro. Caso contrário, a sobretaxa seria eliminada e os veículos importados pagariam apenas imposto de importação de 35 por cento.
O presidente da Anfavea avalia que “vai dar tempo” para o governo se decidir sobre o assunto até 3 de outubro. “(O regime substituto ao Inova Auto) não precisa ser 100 por cento regulamentado de primeira. É mais viável uma medida provisória dando um esboço para o novo regime.”
Antes da entrada em vigor do Inovar Auto em 2012, que passou a exigir das montadoras investimento em componentes locais e instalações no Brasil, a participação dos veículos importados no total de vendas do país chegou a 27 por cento. Em agosto, a fatia dos importados era de 10,8 por cento. Com o fim do Inovar Auto, a participação dos importados deve avançar para 15 por cento em 2018, disse o presidente da Anfavea.
Por Alberto Alerigi Jr.
Fonte: Reuters