Carros ecológicos: entre pequenas limitações e grandes esperanças
A sociedade do futuro é uma sociedade sustentável. Para chegar a essa meta, um dos aspectos a levar em consideração é a participação dos automóveis na poluição do ambiente. Este não é um tema menor, considerando que quase 70% dos poluentes que existem no ar são provocados pelos veículos. Nos grandes centros urbanos, a porcentagem alcança 90%. “A poluição do ar é um problema muito grave nas grandes cidades, e o carro é o principal responsável por isso”, explica Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde e Meio Ambiente da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Sem lugar a dúvidas, o assunto é serio e também afeta o nosso País. Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Saúde e Sustentabilidades, somente em São Paulo (a cidade com a maior frota de carros do Brasil), as emissões nocivas dos automóveis são responsáveis pela morte de aproximadamente 4.500 pessoas por ano. Diante desta realidade, população e empresas devem com urgência unir esforços em prol de uma sociedade livre de contaminação atmosférica.
Nesse caminho, ultimamente a indústria automotiva brasileira tem se preocupado em realizar mudanças importantes no intuito de contribuir à redução da poluição provocada pelos veículos. Os carros ecológicos estão ganhando cada vez mais protagonismo, tentando não só ajudar o meio ambiente, mas também beneficiar o consumidor.
No que respeita ao mercado local, já podemos ver circular no país carros elétricos (movidos por motores elétricos) e carros híbridos (veículos que possuem um motor a combustão e outro elétrico). Estes veículos de propulsão alternativa apresentam duas características essenciais: em primeiro lugar, são sustentáveis, pois colaboram na redução de emissões. Em segundo lugar, são econômicos, já que demandam menos consumo de combustível e – no caso dos carros elétricos – exigem menos custos de manutenção.
Assim, entre os “carros verdes” comercializados no Brasil, podemos encontrar: o Mercedes-Benz S 400 Hybrid (o primeiro carro híbrido à venda no país), o Toyota Prius (o híbrido mais famoso no mundo inteiro e presente no mercado local desde 2013), o BMW i3 (primeiro carro elétrico vendido no varejo), o superesportivo híbrido BMW i8 e o Ford Fusion Hybrid (que combina um motor 2.0 a outro elétrico), entre outros.
No entanto, importar ou produzir carros que não poluem o ambiente para colocá-los nas ruas não é uma tarefa fácil para as montadoras, nem uma alternativa econômica para o bolso dos consumidores. As limitações nos benefícios fiscais para as empresas automotivas junto com os preços exorbitantes para os potenciais interessados são alguns dos fatores que reduzem consideravelmente tanto a oferta quanto a demanda de veículos ecológicos.
Apesar das restrições, existem duas grandes ações que podem contribuir para que o cenário se modifique. Um deles é o plano apresentado pelas montadoras ao Governo Federal pedindo a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O outro é o programa Inovar-Auto. Esta medida adotada pelo governo estabelece que até 2017 os novos veículos terão de emitir 12% menos de gases poluentes do que os modelos atuais.
No caminho para a limpeza do ar, a sociedade brasileira ainda tem muito a fazer. Enquanto isso, os carros ecológicos estão fazendo a diferença, renovando a frota e ajudando-nos a livrarmos do fantasma da poluição.
Fonte: Portal do Trânsito