Juro do cartão de crédito se aproxima dos 300% ao ano
O cenário de maior inflação, aumento de juros e expectativa de maior inadimplência levou a um novo aumento dos juros do cartão de crédito. A alta de abril, a terceira seguida nesse segmento, fez a taxa chegar a 12,14% ao mês ou 295,48% ao ano, o que significa dizer que uma dívida de R$ 1.000 no cartão, 12 meses depois, se transforma em R$ 3.954,89. Essa é a modalidade de crédito mais cara para a pessoa física, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês. Os juros do cheque especial, por exemplo, passaram de 9,64% ao mês (201,74% ao ano) em março para 9,74% ao mês (205,06% ao ano) em abril, atingindo a maior desde junho/2003 (9,79% ao mês ou 206,73% ao ano). Crediário, CDC financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e em financeiras também subiram. Com todas essas altas, a taxa de juros média da pessoa física passou de 6,71% ao mês (118% ao ano) em março deste ano para 6,77% ao mês (119,48% ao ano) em abril, o maior valor desde julho de 2011.
Na avaliação do diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o atual ciclo econômico faz com que os bancos fiquem mais criteriosos e, por isso, elevam a taxa. Esse cenário tem como pano de fundo a redução da renda das famílias devido à inflação e ao aumento de tarifas.
Além disso, há a expectativa de aumento do desemprego. “Com tudo isso somado, e o fato de que as expectativas para 2015 são igualmente negativas quanto a todos esses fatores, há a tendência de levar as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros”, avaliou.
Para Oliveira, como o Banco Central (BC) deve continuar elevando a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, os juros para o consumidor continuarão em trajetória de alta.
A alta também é sentida pelas empresas. A taxa de juros média da pessoa jurídica passou de 3,89% ao mês (58,08% ao ano) em março para 3,97% ao mês (59,55% ao ano) em abril, a maior desde novembro de 2011.
Do O Tempo.