Receitas de Mobilidade como Serviço alcançarão US$ 1 trilhão
Nova tendência promete transformações significativas no mercado de transporte público e privado.
O transporte urbano está passando por uma revolução criada pela variedade de novas tecnologias disponíveis no mercado de TI. Elas estão possibilitando a criação de novos e disruptivos modelos de negócio que, de acordo com pesquisas, indica novas e grandes mudanças a caminho.
E onde há grandes mudanças, muitas vezes há grandes oportunidades. Na ponta dessas mudanças está uma categoria emergente de tecnologia que está ganhando mais atenção da mídia: Mobilidade como Serviço ou MaaS (Mobility as a Service), que oferece serviços agregados e on-demand focados em transporte.
De acordo com o último estudo de mercado da ABI Research, as receitas globais de MaaS vão ultrapassar US$ 1 trilhão por volta de 2030. O impacto antecipado nos modelos tradicionais de transporte – tais como a compra de carros, ônibus, trens, táxis e aluguel de carros – está provocando uma reavaliação das bases econômicas de empresas relacionadas à categoria de transporte, tanto públicas quanto privadas.
Desenvolvimento do mercado “Everything as a Service”
A tecnologia “Driverless” – popularmente conhecida como “Carros Autônomos” – através do paradigma dos Carros como Serviço, será um fator definitivo para o sucesso da mobilidade on-demand, pois oferecerá aos consumidores a possibilidade de chamar o automóvel em tempo real, de acordo com Dominique Bonte, vice-presidente da ABI Research. Esse é um diferencial extremamente importante para esta nova indústria: a interatividade e conectividade.
Analistas da ABI acreditam que os conceitos de MaaS vão resultar em mais ofertas de transporte através da implantação de frota baseada em modelos eficientes de energia alternativa, além de reduzir o congestionamento nas vias públicas com a otimização das rotas e recursos disponíveis.
Isso significa que a operação de veículos autônomos vai eliminar a necessidade de motoristas pagos – pelo menos até quando os robôs não desenvolverem consciência -, reduzir custos com seguro de vida, aumentar as taxas de utilização de serviços do tipo em mais de 70%, além de permitir manutenção preventiva com sensores inteligentes.
Esse crescimento vai comandar a redução da variável “custo-por-km” para um nível que enfraquece o custo de propriedade de carro e permitirá que o ecossistema MaaS se desenvolva plenamente. O que isso significa? Será muito mais fácil e mais barato pedir por um táxi autônomo na rua – ou qualquer outro meio de transporte – do que ter seu próprio carro. A ideia de possuir um carro será muito mais por luxo, simplesmente por gostar de carros, do que pela necessidade de um meio de transporte. Além disso, a economia de escala também ajudará na redução destes custos.
O ecossistema de Mobilidade como Serviço vai criar mercados de transporte dinâmicos, parcerias entre ambientes públicos e privados, além de agregadores que gerenciam a oferta e demanda de acordo com as políticas do governo e estruturas associadas.
O mercado de transporte público e privado
Enquanto a interdependência complexa e o carácter multimodal dos diferentes modelos de transporte estão no centro da MaaS, modelos pessoais de Carros como Serviço – como Uber e Lyft, para citar alguns exemplos – continuarão como o fator dominante para a mobilidade on-demand até 2030.
A receita vinda do aluguel de bicicletas deve permanecer pequena. Já o modelo de ônibus públicos autônomos provavelmente começará a se tornar um segmento de mercado significativo por volta de 2025. Essa tendência já é vista em cidades como Los Angeles, Kansas e outras cidades na Europa.
Até mesmo modelos de transporte público como trens ou outros transportes de rota e horários fixos vão fazer parte do paradigma MaaS, com a tecnologia digital e as plataformas de código aberto permitindo rotas automatizadas e multimodelos, além de uma cobrança única e centralizada, o que facilitaria bastante a vida dos usuários deste tipo de serviço.
Isso mostra que a Mobilidade como Serviço representa um combustível para o crescimento econômico através da redução dos preços com transporte público e privado, segundo Bronte. No entanto, para que esse tipo de tendência se torne uma realidade de fato, é preciso primeiro superar a resistência de grandes players do mercado de transportes público e privado para depois começar a transformação rumo ao progresso sustentável.
Fonte: Comstor